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NOVAS DIRETRIZES

Tempo Estraño sempre foi um presságio, um anúncio, uma profecia. "A eternidade anda enamorada dos frutos do tempo" - mas a maneira de amar do eterno é rude, eu acrescentaria. As realidades começam a convergir e a se sobreporem e os que têm olhos para ver admiram o CAOS PRIMORDIAL espreitando pelas frestas que somos incapazes de preencher com estas nossas crenças condicionadas.  Vivemos em um  tempo interessante  em que tudo é extremamente flexível & que pequenas ilusões tomam grandes proporções e consistência de forma abrupta. A incapacidade de moldar nossas próprias vidas acaba por nos conduzir por uma distopia coletiva que dissemelha-se progressivamente de qualquer ideal longínquo que pudemos almejar algum dia. Abster-nos da forja do que somos imputa-nos à essa paranoia programada que cocria uma espécie de apocalipse para findar com os entendidos & com os covardes, ambos já vegetativos & desesperançosos em si. O desinteresse - ou nem isso, a incapacidade de comp

Muito se Ladra às Sombras

A palavra é chave, é o acesso às inúmeras possibilidades. Evitamos o velho ditame "peça e lhe será concedido" pelo descaso conosco mesmos que nos fez céticos, mudos e adestrados às falsas percepções. Todo comando desencadeia uma reação e mesmo a frivolidade partilha das conseqüências de sua pequenez. "Saber, Ousar, Querer, Calar". Pois aquele que se desperdiça em ladainhas acumula-se em irrelevâncias e nem mesmo o ingênuo escapa ao eco do que é. Quem não se desafia constantemente, embota-se; em boa hora: a cegueira do gume é o medo que desponta qualquer assertividade. Palavra sem pontualidade é a verborragia que nos atrasa rumo ao essencial. A língua sela compromissos que um aperto de mão não poderia. As ameaças, portanto, são confissões de impotência. É o manejo amador da substância literária: frases insossas e inconcretas, o inofensivo travestido em vociferações, o desespero cuspido. A falta de classe descaracteriza o perigo. Quem quer que seja audaz para interrom

Espuma

Dos respingos, excessos Dos restos, descaso Dos transbordamentos, a têmpera  para lidar com o descabido. Teu vazio contido não se compara ao Meu Vazio contém. Alvo feito o Nada, Tecido cru & corpo nu Tanto cor como vestígio, Alquimia da extravagância: toda sobra é matéria prima os bons modos da Gula & a Avareza póstuma que rege a rigidez de quem nunca riu de si. Espelho límpido, reflexo imundo Eu oceano, diluo o desaguar. Uma puta maré de ressaca & as oferendas debochadas de volta à beira de areia.

Gozo

Prazer é Poder.

Quem

Eu invejo Joyce. Ele diz encontrar interesse em toda e qualquer interação com outro ser humano. É de uma humildade sublime e de uma empatia transcendental. Eu até consigo entender e, por vezes, me aproximar desse estado de espírito de considerar toda e qualquer coisa uma emanação do próprio Deus e, portanto, tudo extremamente interessante. Entretanto, não é assim que eu vivo cotidianamente. Quem me dera ser menos rigoroso e talvez eu agradasse mais aos demais. Talvez até a mim mesmo, embora eu valorize a disciplina e a responsabilize pelo meu desenvolvimento constante. Mas eu sinto que é possível uma disciplina natural, espontânea, um desenvolvimento sereno que implique num ritmo tão confortável do qual não se precise de qualquer cobrança para se estar em dia consigo. Eu tenho sido austero e engajado de forma a não permitir que qualquer distração ultrapasse os limites do meu objetivo e eu acho que é assim que tem que ser. Pelo menos por enquanto. A seriedade da qual me vesti implicou e

Ralo

 A apatia é a entropia do ser.

Das proporções dos males

& dos homens que são pouco. O maior erro do insatisfeito é crer que o satisfeito está necessariamente alienado de seu contexto.

Detalhes

VI.  Os Amantes.  Seis. Escolhas têm que ser feitas, eu sei. Puxo outra carta: Três de Paus. Virtude. Não há realmente escolha,  só o que existe é a prudência. Nietzsche sussurra: "De duas coisas,  uma é mais necessária que a outra." Toda média é mínimo, Todo príncipe é pouco, Tudo tende ao Todo. Sinto o suor, meu corpo quente euforia engasgada o desconhecido me visita eu, anfitrião de mim, mestre de cerimônias íntimas, ritualística da alma imperiosa que dita o que é sobre quem quer que seja. A mão coça. A direita, Liberdade. São as linhas se refazendo justaposição à Fatalidade. Qual ser morre simétrico diante tantas encruzilhadas? Mas ainda, quem escapa às vias principais em seu caminhar tortuoso? Cada sulco na palma é um entalhe n'alma e os caprichos, os quereres desmedidos, são só detalhes em meio à Eternidade.

Dos Desígnios Maiores & Da Economia do Apego

Na maior parte do tempo eu sinto urgência. Necessidade de correr atrás, de encaminhar as minhas coisas, de trabalhar pelo que eu quero.  Na maior parte do tempo eu me sinto impelido a realizar algo muito maior do que eu, como seu fosse instrumento de uma vontade externa e que para alcançar a dignidade eu precisasse me dedicar com disciplina de uma forma como eu nunca o fiz.  Na maior parte do tempo eu sinto que o meu nível de exigência é muito maior que o dos demais, que eu não sou insaciável, mas que o meu mínimo é muito maior que o razoável dos outros, e que essa perspectiva e expectativa acaba soando rude e autoritária. Eu me sinto como um exército de um único homem marchando pelos áridos desertos da disciplina e da concentração.  Na maior parte do tempo eu me ocupo desses assuntos que não me parecem tão meus, mas, às vezes, com uma regularidade que eu não sei precisar, e com uma certeza originária não sei de onde, eu sinto que eu estou apenas cumprindo tempo. Eu sinto como que se o

Ensaio sobre o Sincretismo

Existem diversas doutrinas, diversos sistemas de crenças, diversas formas de síntese da evolução. Todas conduzem, mais ou menos, ao mesmo caminho, mais cedo ou mais tarde. A questão é que a conceitualização, o vocabulário de que se dispõem algumas dessas vertentes é mais claro e mais rico que outras. Há pessoas que buscam suas linhas de trabalho, há linhas de trabalho que buscam as pessoas - e esse chamado é bem real, e até um pouco assustador para quem já o pôde vivenciar. A segmentação da espiritualidade é um fator que permite a acessibilidade de pessoas de contextos diversos a potenciais similares por meio da linguagem adaptada. As linhas de trabalho, as egrégoras, são corrimãos de apoio para a ascensão da consciência até o capítulo da autogestão. É por isso que as religiões, cada uma delas, são extremamente necessárias e compreendem os vários níveis de consciência do coletivo. Por que embora nem todas as religiões possam concluir o processo de desenvolvimento do ser, elas são extre

Excessos

Dos homens, prefiro aos de coração, pois levitam. Andam por sobre as palavras, abstratos que são. Dos deuses, os mais expressivos, os silenciosos, pois que incompreensíveis à inquietude ainda são os mais acessíveis. Dos animais, os répteis, por que rastejam por natureza e não por preguiça. Das sombras, as mais escuras, que de tão densas testemunham a claridade, se anulam nos contornos, e zelam pelo além. Quanto aos mortos, prefiro aos resignados: esse mundo já tem fantasmas demais.

Satisfação

- eu estou extremamente satisfeito com o meu desenvolvimento - você pode fazer melhor - eu quero fazer melhor - então não perca muito tempo com a satisfação.

Dos prazeres do Propósito

Interessa-me capacitar as pessoas. Interessa-me a expansão consciencial alheia, a participação neste processo, o compartilhamento das informações & dos conhecimentos. Interessa-me estar presente em meio àqueles que trilham a sua evolução, o caminho da empatia, a coleção de percepções distintas.  Todo ato de desapego é uma revolução interna; toda pequena iluminação clareia o mundo um pouco. Fazer parte de um ciclo de pessoas que buscam o auto-aperfeiçoamento nos diversos âmbitos de suas vidas é a utopia pela qual tenho vivido desde que me entendo por gente. E esta autonomia é a proposta política mais lúcida da qual eu já participei.  A reorganização interna é a emancipação do indivíduo. A manutenção de seu microcosmo exige uma tomada de responsabilidades inédita, mas a recompensa por isso são estados de consciência extáticos, também nunca vistos, incomparáveis & intransferíveis. O que me interessa é uma rede de pequenos universos em dilatação; essa progressão paleolítica e, para

Entre Espelhos

Três por que não era de extremos Deus é ímpar E o infinito é tudo mais um. O indefinido intimida por que carece aos homens sua classificação dicotômica do terceiro.

Reflexo Reto

Não convém que outros aceitem nossas verdades. Quando dois partilham da mesma crença, um está enganado. A compreensão é par.

Dos defeitos da integridade

Nunca tive jeito com plantas. A vida inteira eu carrego uma foice e nunca nem me dei conta. Eu prometo ser menos exigente daqui para frente, sem no entanto me tornar rarefeito .

Solve & Coagula

O Um torna-se dois a partir do limite O limite precede a existência  Toda existência é delimitada  Todo limite borra-se eventualmente Aquém.

Da Generosidade

Houve um dia em que  tendo a bela árvore  amanhecido ensolarada pedi sua permissão  para me aconchegar  aos seus pés  e uma vez ali  sentado em silêncio  pus-me a medir  com olhos e olhares  sua generosa sombra que também me abraçava  e a árvore  era compreensão  e as folhas dança  e o sol ao céu  e eu ao solo  e sob mim  solipsismo  o ir e vir  primaveril  e o humor  do contraste: pelas manhãs  engrandecia  ao meio-dia  a vaidade  e pela tarde  a temperança e quem amansa sombra? só lua e olhe lá que tudo cresce tempo tem e eu vendo a impermanência na opacidade e as reviravoltas do mundo no chão  vi por reflexos tudo o que há  e a sombra não era senão projeção de  generosidade pois que a árvore  majestosa e gentil cedia de si tudo o que havia  e a sombra crescia  conforme a bondade que quanto mais luz mais sombra  e no entanto  tudo é um  e mesmo eu fruto e fronda.

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A frase é mais completa quando a palavra falta. A linguagem é a religião que  prega ao ruído o silêncio.

Dez

Caem os búzios  sobre a toalha simples bate a brisa ondula cortina o pano recebe a sorte num arrepio humano mais que humano santo Um. não pode, Dez.

Uma a Uma

Eu nunca entendi essas interações forçadas com desconhecidos.  Eu nunca apreciei o assobio. A timidez era respeito e eu sempre soube. Meus colegas não entendiam. Ainda não entendem, mas não são mais colegas.  Eu ria. Sempre ri de tudo; continuo rindo, mesmo sério. Da incógnita que sou, nunca quis atenção gratuita. Eu nunca concedi muita intimidade, mas tenho melhorado com o passar do tempo. Talvez eu seja o oposto da desconfiança amargurada, talvez o envelhecer não tenha de ser rude. Eu já me deparei com a frigidez, mas talvez fosse apenas fragilidade. Eu conheci a frivolidade, mas só de nos apresentarmos. Eu estive com a desilusão e ouvi todas as suas histórias. Não durou, eu acho graça nos desconsolados. Eu não flerto a vulgaridade. A obra é o detalhe, metonímia do ser. Minha intensidade é ritmada, meu amor é dança e ritual. Tudo é sagrado, mas tem quem nem leia poesia... Todo ponto é pausa, todo não é não, tudo é óbvio aos olhos do oráculo. Às vezes uma frase ressoa por horas, mesmo

Os Murmúrios das Margens & o Lamento da Lama

Minha língua tem enrijecido. E isso não é lá tão bom como podem pensar certas pessoas maldosas. Eu tenho perdido a maleabilidade, as famosas papas que ninguém nunca viu, mas que todos ouvem falar. São as boas palavras que nos embabujam. Eu converso muito comigo mesmo, e nós não falamos do clima ou nos perguntamos como vai a família, mas não é nada pessoal. Apreciamos a boa educação e não temos restrição de assuntos, apenas preferimos os cruciais. É o pensar tanto que nos afasta dos demais. E não é que me falte paciência ou linguagem. Adubo e abundo. Faltam-me, entretanto, referências. A introspecção é a ignorância dos desinteresses. Peco em temas triviais, desconheço o contexto comum, eu não sou versado na omnisciência à cabo e estranho os sinais de rede. Não empreendo discussões, não argumento com ferro, não berro senão só. Todavia, o que é grave é que a minha abstenção seja tomada como uma ofensa pessoal. De fato, não tem muito o que ser dito.

Câmbio, desligo.

Papai me ensinou a guardar as moedas desde pequeno. Ele dizia que eu ainda teria muito tempo para ganhar dinheiro, mas que aquelas pratinhas ali eram únicas e é por isso que reluziam tanto. Ele estava certo, seus reflexos enchiam meus olhos e o tilintar que elas faziam era o meu barulho predileto. Nós tínhamos um cofre conjunto, eu e ele, e todos os dias eu o esperava chegar do trabalho, com seu bolso cheio, para eu depositar na fresta estreita o que para ele eram sobras e para mim eram sonhos. Então nós balançávamos bem, para escutar o som prateado e cada um chutava um valor. O cofre vivia trancado. Só o abríamos juntos, e assim meu pai me ensinava a fazer as contas. O dono do palpite mais próximo ganhava a honra de poder guardar a chave consigo até o mês seguinte. Sempre que meu pai ganhava eu passava os dias pensando onde ele a tinha colocado e se ele era um bom guardião de chaves. Imaginava mil e um lugares onde ela poderia estar e também onde eu a esconderia quando a tivesse comig

Analfabetismo

Todo fundamentalismo é fruto de alguma má interpretação.

Coletivo

Imagem
Eu tenho cinco minutos para te contar o que aconteceu. Quer sentar? Tá livre. Bem, o ponto estava apinhado. Moleque, madame, maltrapilho, nem se via a calçada desfalcada. Quebra-cabeça de paralelepípedos decomposto sob os pés da metrópole. Ônibus vai, ônibus vem, uns contam o tempo, outros a sorte. Duas coisas fazem mal ao homem moderno: a cabeça vazia e a condução cheia, o resto é conseqüência. E foi de um desses ônibus cheios que desceu um moço de boa fé e se entrosou na multidão, certamente fazendo sua baldeação corriqueira. Pois que quase nem o vi, mas vinham vindo uma mocinha e uma senhora e nestas reparei bem: de branco, bonitas de felicidade, o contraste da cidade. E da atenção que chamaram foi difícil perceber a pedra. Precisou o sangue manchar a roupa para ver bem a fragilidade do nosso respeito. E eu nem soube se eu tinha a mão ou a nuca manchada. Não sei se eu tinha atirado ou recebido a pedra. Mas, como todo o ponto, permaneci inerte, ainda mais inquieto pela chegada do ôni

DOS DEVERIAS

Deveres Derivam Devires

O RELES DOIRADO

ou Provérbios da Fome Torna-te a ti mesmo ou toma a forma dos frívolos. Toda faceta falseia: Grão de areia & gravidade. O tempo é um deserto extenuante; Toda morte é por cansaço. O sal é um destempero, Mas conserva os restos da dignidade. Incognoscível é o rastro de quem se arrasta. Amanhar é o ofício da tempestade. Entre as ancas da ampulheta, o orifício. Acima como Abaixo, Qualquer vidro bem lustrado reflete. Dunas de rugas pelo entendimento caricato. O teatro do quem-sou nunca exclama. A eloquência ressecou a saliva do sábio. O tolo azeda o ditame. Quando a coragem cede, a cortesia celebra. Um Rei não sacia sua sede, senão por si. Renuncia às adversidades,  Todo detalhe é imperfeito. A maturidade venceu o desdém. Enigmas são elogios.

CORAÇÕES CÉTICOS

A utopia do amor é só uma fase.

Costelas XI

Olhos de abismo Verde-absinto Absoluto insolúvel Mesmo amarga, ama-me: Aos tragos de abstenção! O avesso absorto Mero reflexo-convexo Dos aros e dos ares Um morto por troca de olhares Sou porto de destinos desconexos Olho por olho E a divina discrição. Os sinos se dobram, As sinas se cobram, Amante-Talião Investidas morrem nas lentes Um peso, uma medida Dente por dente Boca mordida O silêncio é transparente.

Indivíduo Composto

Aparto-me de quem ainda não sou por necessidade de solidão.

NOX

A Luz ao fim do túnel também é o túnel e tudo o mais.

Graça

  Adentro ao quarto branco de sempre. Velho reduto mental. E ainda que o tenha criado agora, já o sinto há muito aqui, com memórias de parede e odor característico. Meu quarto branco não está em meu templo. É um anexo do qual nem sempre eu me lembro. Deixo-o trancado ou o alugo por temporadas, mesmo sabendo que os hóspedes não verão a graça ali. Uma pena, contudo, não deixo de oferecer. Faltam espaços neste emaranhado. É um quarto alto e amplo, sem janelas, mas com uma larga porta de madeira, também branca, que abarca  toda a abstenção. É, por isso, confortável, mesmo sem uma cadeira ou colchão. Meu quarto branco nada tem, senão sua graça refinada, que quanto mais nada, mais sutil. Mas há quem ache suas paredes de um branco muito claro esse o do despropósito. Pois, para mim, a ansiedade que não se deixa acolher é desses cinza-sujo-cosmopolita, paleta padrão. Embora todo branco, este é um quarto de sombras. A contemplação aciona a luminosidade e só se vê com bons olhos quem se habitua a

Estilhaçado

Do brinde restou a mentira: talvez tudo termine, sim. Em entrelinhas ou não, talvez tenha faltado dizer: amo-te e, não como os demais, que já passaram por essas minhas páginas em branco, talvez eu tenha te dado muito; talvez fosse eu quem ultrapassou as expectativas numa curva côncava, ascendente, e não esperei. - Dizem que eu esperei demais, mas também muito penso, e jejuo dessa maçã que lhe é tão cara e na qual você cospe e pisa e vomita. Talvez eu tenha me exaltado: quis te mostrar a Queda, e te colocar abaixo, ainda mais abaixo, onde você julga ter conhecido, mas te afirmo que não, e nem quer e nem eu quero. Então eu me lavei do ÓDIO e do rancor e da decepção que, convenhamos, era previsível - Eu nunca consulto os Oráculos para o Óbvio  foi como compus estes fragmentos que ajuntei do que esfacelou. Mas, se tenho pena? pesar, piedade pecado?! sua penúria é seu problema, de mais ninguém. Perdoe-m

CARTA AOS ILETRADOS

Querido Sísifo, Belo mármore! Carrega-o de novo                               [para longe, vai

GÊNESE

No início Havia cortinas de veludo vermelhas Que encerravam Por trás de si O Vazio Primordial & Ao canto de conciliação Contraiu-se O vasto oceano escuro Num rasgo seco Do romper de tecidos & Da fenda Fizeram-se feixes E por cada fresta Flechas De Luz & O Imanifesto Inefável Esboçou-se Primeiro baço E então evidente & Houve o deslumbre Tudo o que Há Experimenta-se Em uma apoteose Apocalíptica

Verso de Desalento

☾ Alegria simples que se lê devagar de tarde de infância de casa de vó do ideal nunca vivido da sépia da mente. Alegria triste, saudades do que não foi.

DOS SÓIS QUE ME ORBITAM

Imparcial é Impessoal. Intimidade é o que eu tenho comigo,  o resto é retórica. Indivíduo composto, Legião. das pérolas & dos porcos,  a palavra é desperdício. Sujeito de Sete Sombras assumo & assino: Compreensão .

Ceifa & Seiva

Imagem
vermes arados repartidos & conformados perdoam à morte pois sabem da sorte de se rastejar volte sempre!