Ensaio sobre o Sincretismo

Existem diversas doutrinas, diversos sistemas de crenças, diversas formas de síntese da evolução. Todas conduzem, mais ou menos, ao mesmo caminho, mais cedo ou mais tarde.
A questão é que a conceitualização, o vocabulário de que se dispõem algumas dessas vertentes é mais claro e mais rico que outras. Há pessoas que buscam suas linhas de trabalho, há linhas de trabalho que buscam as pessoas - e esse chamado é bem real, e até um pouco assustador para quem já o pôde vivenciar.
A segmentação da espiritualidade é um fator que permite a acessibilidade de pessoas de contextos diversos a potenciais similares por meio da linguagem adaptada. As linhas de trabalho, as egrégoras, são corrimãos de apoio para a ascensão da consciência até o capítulo da autogestão. É por isso que as religiões, cada uma delas, são extremamente necessárias e compreendem os vários níveis de consciência do coletivo. Por que embora nem todas as religiões possam concluir o processo de desenvolvimento do ser, elas são extremamente eficazes em trabalhar a vida do indivíduo a curto prazo, como a medicina alopática do ocidente que não é tão profunda mas faz seus milagres em tempos de crise.
O espírito autônomo, no entanto, não se desfaz das linhas de trabalho, mas pelo contrário, utiliza-se de sua pluralidade. "Sincretismo" é o nome que se dá a convergência de dois conceitos paralelos que exprimem a mesma ideia e é por meio disso que pode-se retomar a espiritualidade numa visão uniforme e não repartida como a das religiões. Através da unificação dos contextos há a complementação teórica e prática da experiência do indivíduo, ou seja, o estudo dos multiversos nos conduz à autoinvestigação e é só dessa forma que começa a verdadeira espiritualidade. 
O aprendizado é emocional. As ideias precisam tocar a alma para serem digeridas e é a linguagem, ao mesmo tempo, o veículo e o abismo. Às vezes a compreensão só é possível quando se depara com o texto ideal. Mas às vezes não é o texto, e sim o ser quem precisa estar aberto, não à leitura, mas ao estado consciencial que ela evoca.
No fim das contas o processo se torna extremamente individual e essencialmente intransferível. Talvez, por isso, o silêncio seja preferível à testar sua fé com ouvidos virgens que não vivenciam experiências maiores do que a reprodução do ceticismo automático. Eu costumo chamar de insegurança, mas o nome é Maya.

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