Postagens

Mostrando postagens de julho, 2012

Prantos que enxem-lhe mais do que uma taça

aviso aos navegantes Homens que se lançam ao desconhecido em busca da bem-aventurança. Encerrados num universo azul, às vezes na distância de um monóculo, surgem-lhes propósitos que em terra firme nunca lhe ocorreram. Há a quem uma dose de insegurança caia como a água gelada  do despertar. O tesouro especulado é uma faca de dois gumes: se existe, traz fartura; mas também a ganância. Se o alarde é vão, a desilusão. Mas há aquele que, enfim, se enxergue absurdo, distante de si, bem mais do que do último porto que vira. Piratas urbanos que confundem-se e afundam-se em conceitos. Não reconhecem-se pelos trajes, mas ainda buscam tesouros escondidos, num mundo agora não mais tão azul. O desejo de plenitude, e posterior, transbordar, e encher oceanos, e não ser enxugado! Compor sete mares em uma vida. Calma lá. Calma, que é o contrário desta pressa, desespero, violência. Hoje em dia atropela-se as frases, os pedestres, a educação. Diálogos viram monólogos; palavras, onomatopeias.

Presopopéia

ao som de  Paatos foge me à compreensão. mas é tão presente e tão notório que urge em ruídos ásperos; ruge em texturas inquietas: gastura imensurável.

Sinestésico

despiu-se e adentrou-se ao cômodo incomodado com o odor do escuro esclarecido de que tudo é puro quando não se pode diferir com o ver o cheiro que invadia-lhe o olfato de fato transbordava pelo umbral a porta que rendia-se à sua gravidade escancarava a verdade de ser-lhe um igual viu-se então em sua órbita e ainda assim alinhado à tudo sentiu-se composto e integrante intrigado em coexistir como conteúdo e o que não lhe cheirava bem eram seus olhos donos do insulto a boca calou-se, palavra sequer! é o silêncio que define o oculto desnudo em reticências que envolviam-lhe suave fez-se deslumbro no odor, já doce, que invadia-lhe os poros e permitiu-se além-solo, como a porta que ficara para trás: só vale a lei se esta lhe garante a sua paz.

Intervenção

Só a arte pode salvar o homem, mas só o homem superior pode entender a arte. Logo, estamos fadados à uma seleção natural: a eliminação da preguiça de pensar. A peneira como ato de conceber(-se!) & de (re)inventar(-se). A progressão: da admiração à projeção. Alinhar-se à si!, como há de ser! O processo de tornar-se também emissor e não só espectador. Equilibrar a balança restituindo um fluxo irreprimível. Desestagnar-se!