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Mostrando postagens de agosto, 2019

Magia e Tecnologia

  Há quem diga que magia é o nome dado ao miraculoso e ao desconhecido, que a tecnologia de hoje seria considerada magia ontem, e que é mera etapa para o que virá a ser o amanhã. Gostamos de atribuir significados às nossas novidades, de nos fazer importantes para os nossos iguais, de tornar o avanço técnico um símbolo que deve ser idolatrado como sinônimo de triunfo do homem sobre a natureza. Será que pouco a pouco não estamos nos tornando obsoletos? Será que não nos programamos como insensíveis de uma forma já quase irreversível? Será que, digitais por demais, nossa conexão não esteja... falhando? A magia, por outro lado, não expira. Propõe domínio, e não imersão. Clareza, e não claridade. Progresso, sim. Mas consciente. Queremos o brilho do metal, mas para nos servir na consecução da Pedra Angular.  Com quantos computadores se faz o elixir perfeito? A resposta que temos é que já não são necessários extratos vegetais ou minerais. Somos nosso próprio atanor a cozinhar da

Rodrigo

Saturno da foice gentil Num sorriso silencioso levou Convicções que caem por terra Feito castelos de areia & fantasia Sou onda que toma a praia A calçada, a rua, a sua atenção Não vim para conquistar intimidade A minha eu tomo de volta quando não Me contemplo no espelho dos templos  Alheios ao caos que nos revolve Movediço como a lama que se encrusta  Permanente como o verso consagrado Nota única, língua nenhuma profana Sinceridade que é o que o coração entoa Afiado como o naipe de espadas Habilidade com a verdade como esgrima Pontual feito palavra de mãe que decide  O destino reside nas mãos calejadas Artesanalmente é que se cumpre a Obra Vento afável inspira a profecia Cúmplice a tempestade sopro criativo Nada detém a travessia que se alastra Selvagem & fugidio: vim apenas porquê. ______________________ Esse não é um poema em primeira pessoa. É, na verdade, uma poesia dedicada a mim. Uma composição da minha autoimagem em palavras, meu conceito é mi

Moral de fábula nunca escrita

A frustração da pequeneza ridiculariza o grandioso

Persistência Pétrea

Dar a outra face não é sobre ser passivo, mas impassível. Tão imparcial como a morte, que chega para todos; tão inevitável como o fim que se sucede pela soberania da Impermanência, a naturalidade do Propósito que não tem opção, senão suceder-se. Mesmo a resistência que se opõe violenta fracassa por sua própria impotência. Pobre daqueles que demonstram ódio, pois ofertam tudo que têm - e morrem esmagados sob o peso da insaciabilidade. Nós não persistimos, apenas somos. Não é uma disputa, não haveria como não sermos. E assim não temos porquê nos opormos.  A via perfeita desponta da dissolução da ilusão: desfeita a dualidade, apresenta-se o Caminho. Não há outro passo senão caminhar. E quem for pedra que persista até não mais o sê-la.