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Mostrando postagens de maio, 2014

Costelas VIII

Previ o céu escuro De futuro vivo só Às vezes lá, às vezes cá Há esse muro, Às vezes dó. Ao Zé concedo voz Desembargo sem encargo Desato nós, resgato fé Degusto meu café Amargo Sorrio muda enternecida Ainda linda a vida aguda Querida e absurda, bem-vinda! Como a mais miúda muda À qualquer Buda jardineiro. Cultivo adjetivos como flores Aos filhos de mil amores opressivos Ofereço cores, dores amenizo "Juízo!", clamo como mãe Vai-te, céu escuro depressivo!

Pastoreio

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- Da onde você acha que estas vêm? - As balas? - Não, não as balas. As estrelas... - Hm, não faço ideia. Longe. Talvez. Ei, posso pegar uma? - Claro, tem muita aí. É para o meu irmão mais novo. - Ele deve gostar bastante. - É a única coisa que o desacelera, então minha mãe sempre me pede para comprar vários sacos. - E funciona? - Ele fica de boca cheia, então, bem, funciona. Por um tempo... - É uma pena meu avô não gostar de balas. - Por quê? Ele conta muitos casos? - Quem dera. Ele reclama demais, de tudo. - Sinto muito. - Não sinta, é problema dele. - Nem sempre a gente pode ajudar, não é? - Pois é. Mas os doces seriam ótimos! - Pelo menos ele já passou da fase de cáries. - Pois a dentadura cede à diabetes. - Tem isso. Meu irmão pelo menos escova bem os dentes. - É um bom garoto, não vai ter do que reclamar quando crescer. Vocês ensinam da forma mais doce possível a preciosidade do silêncio. - É... Há quem diga que é adestramento. - Boba

A Roda da Fortuna X

A fortuna volátil empresta sinônimos à bem-aventurança faz os homens enxergarem sorte e revés, ruína e bonança; quando o que há são apenas pratos suspensos, a eterna dança. Ninguém ganha e ninguém perde. Não por muito tempo. Pende a Balança.

Amem imoderadamente

Quem detém desdém tem amém pra si só.