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Mostrando postagens de fevereiro, 2020

Intuição

Escutar sua intuição tem muito mais haver com deixar de ser teimoso do que desenvolver psiquismos. -  O negócio é que vocês pensam intuição como uma faculdade que assalta os pensamentos de vez em quando com umas mensagens pontuais, quando na verdade ela é o Sopro do Infinito sobre cada um.  Tratar a intuição como uma janela que vez ou outra se abre para uma brisa é sintomático. Não é nem mesmo uma porta, mas uma ponte em si. E o que chamamos “vento” nada mais é do que o fluxo natural, um potencial que nos é apresentado como sobrenatural, mas é em verdade o que há de mais sofisticado em matéria de consciência humana. 

A Disfunção do Vazio - ou como nasce a depressão da alma

A vida é uma função de quanto nos dispomos para o mundo para o quanto nos reintegramos.  Não é questão de recebermos o que damos, mas de poder nos realizarmos em nós mesmos.  O outro é a estrutura que nos permite galgarmos o Eu. O Amor é o instrumento.  Fora dessa função não existe base sólida. Aquilo que se constrói por si mesmo, autorreferenciado e avulso, pressupõe-se possuir um centro firme. Mas qual circunferência que, sem bordas, possui um centro? É mera questão de tempo para desvelar as ilusões dessa massiva concentração de nada. E quanto maior é o nada que se empreende, maior é o Vazio que draga o ser. 

O Devoto do Drama

A vida é feita de narrativas. Amizades são narrativas, tudo é narrativa.  Quando elas não se sustentam, acabam por deteriorem e se contradizer: Dharma vira drama,  afeto vira ao avesso & toda entrelinha nos convida às ilusões... Quando o roteiro se torna muito reticente o ponto final é mais do que comiseração - é uma obrigação para consigo. Só um ato de Vontade pode pôr fim à má-vontade.  E Deus me livre das histórias que os outros contam. 

Insustentável

‪Paciente até que me estranhem: coloco pontos finais e nem informo o fim da sentença. ‬ ‪É como a língua que derrapa e encontra o limiar da frase tarde demais.  Me dizem intolerante. De fato eu não suporto a auto-comiseração: tudo bem que vivam de migalhas de atenção, mas eu nunca fui de alimentar os pombos.  Comigo as coisas têm mais consistência. Que me chamem de exigente, minhas expectativas não me permitem ser ordinário. Eu não jogo com o que é importante para mim.  Talvez eu acredite que a amizade seja forjada na reciprocidade, e é pela descrença na iniciativa do outro que eu revogo o contrato social.  Nunca levar-me-iam rosas brancas, por que eu acreditaria no mito da correspondência que já não mais existe? Coloco pontos finais tarde demais. Espero para ver o insuscetível.  Mas eu já vi o suficiente. Não mais.