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Mostrando postagens de outubro, 2011

Cartas Marcadas

Pra começar, eu nem sei como. Errante, azarado! Que nesta mesa eu perdi até o sono Pensando-me: o verme ou o arado? E na estrada, dividido A cicatriz na terra. O curinga embaralhado: fui traído... E nestes montes, dedos se confundem com serra. Grãos não dão trégua E toda frase é uma aposta Palavras imprecisas como léguas Silêncio interminável como resposta. Conclusões se desequilibram em abismos E o garoto debruça-se sobre sua alma O jovem perdura em seus cismos E o velho insiste em lhe pedir calma. Em devaneios, um arrepio: Pois todo fim é só um meio. Mas há quem espere palmas ou assobios Viva para o delírio alheio Os ápices foram cancelados A cena, apoteótica, estendida! O acaso descartado E a ansiedade pela despedida... Não haverão créditos & não teremos vencedores. O destino é uma farsa, assim como o é quem dele faz graça. O jogo é contagiante apenas para quem é novo no barco: A sorte é superestimada.

Amor Louco

E quando tiveres um Amor Louco, conte-nos uma crônica.

Leves Deslizes

ao som de Constantina Vem-lhe, então, o mundo inteiro, em seu peso & pesar, debruçar-se em suas costas & encharcar-lhe em lágrimas escorregadias que lhe inundam a dúvida & recheia-lhe de incertezas. Vem-lhe só. E, precavido, nem espera ser acolhido. Desacreditado, não espera nem ser notado. Mas pesa. E pesa mais do que um mundo só. Pesa mais do que uma vida de solidão; o suficiente para fazer os ombros cederem. O peso do desequilíbrio.

Demasiado

Sabia bem que o amor os separaria em breve. Convivia com esta convicção desde que o conhecera, desde que o despira por inteiro com olhos detalhistas, num fascínio embriagado de quem se depara com uma história de mil-e-uma páginas e uma capa atraente. A estante é alta e está repleta de livros interessantes. É um universo de páginas e cores e letras aonde a curiosidade pulsa involuntária e o tempo se abstém na contagem – não o perceberia voar ainda que o relógio da parede badalasse em um estrondo não habitual. E, com estes olhos, era fácil deixar-se perder ali. Prendia o ar para imergir nestas águas quando deu-se conta de que nem sabia por onde começar! E as opções eram tantas, o cardápio era tão variado que perdera-se antes de entrar no labirinto. Extasiada, permaneceu apenas a encarar a pequena biblioteca lendo título por título e tentando decodificar algum padrão para a ordem de disposição dos livros. Não achou padrão algum. Ou talvez tenha apenas se distraído em meio às capas e