Da Generosidade
tendo a bela árvore
amanhecido ensolarada
pedi sua permissão
para me aconchegar
aos seus pés
e uma vez ali
sentado em silêncio
pus-me a medir
com olhos e olhares
sua generosa sombra
que também me abraçava
e a árvore
era compreensão
e as folhas
dança
e o sol ao céu
e eu ao solo
e sob mim
solipsismo
o ir e vir
primaveril
e o humor
do contraste:
pelas manhãs
engrandecia
ao meio-dia
a vaidade
e pela tarde
a temperança
e quem amansa
sombra?
só lua
e olhe lá
que tudo cresce
tempo tem
e eu vendo a
impermanência
na opacidade
e as reviravoltas
do mundo
no chão
vi por reflexos
tudo o que há
e a sombra
não era senão
projeção de
generosidade
pois que a árvore
majestosa e gentil
cedia de si
tudo o que havia
e a sombra crescia
conforme a bondade
que quanto mais luz
mais sombra
e no entanto
tudo é um
e mesmo eu
fruto e fronda.
Comentários
Postar um comentário
Comentários?