Reencontro
“Amas-me?” “É assim que o nosso diálogo se inicia?” “Eu não vi outra forma de abordar-te...” “A sutileza é sempre bem vinda...” “Mas rodeios não são. E penso ser uma questão urgente, impreterível.” “E tudo se trata de perguntas e respostas? Vais corrigir-me quando eu pronunciar minha sentença?” “Não vim aplicar-te formulários. Se soubesse que te encontraria, no mínimo teria me arrumado antes. O que coloco como questão é de fato um dilema e penso que sua solução é imprescindível para o início de nossa conversa de forma coerente, e não como ela tem se arrastado até então.” “Então tu esperas uma permissão para começar um diálogo formal? Encaras-me por quase dois minutos e quando decides dizer-me algo atropelas-me o pensamento e esperas que eu levante ileso a desatar nós e confeccionar laços?” “Queres ajuda para recompor-te? Me parece que o marinheiro tomou um caldo.” “É que as ondas andam meio abruptas. Talvez eu estivesse em meio à calmaria e substimei a tempestade.”