Gravando a fogo

Eu fui numa dessas lojas grandes de coisas de casa comprar uns móveis para a sala nova.



Ai eu tava passando na sessão de coisas de madeira esse disco me chamou a atenção.




Pensei: "vou levar e depois eu encontro a finalidade

certa", mas na hora que eu peguei ele já foi surgindo a ideia exata do que eu faria.



Cheguei em casa, comecei a preparei disco e pensei: vou mexer com o pirografo.




O ponto é: eu não tenho a menor experiência.

Eu já devo ter feito uns 2 ou 3 trabalhos com a ferramenta, mas tudo muito simplezinho.



O negócio de usar ferramentas novas e plataformas diferentes é que você vai sentindo e experimentando as texturas, as linhas, a coordenação e o ritmo...




Eu logo me dei conta de que eu valorizo a profundidade da gravação, e isso torna o processo mais lento e desgasta mais o pirografo. 


Logo no segundo dia eu tive que comprar fio de níquel para repor a ponta que havia quebrado nas primeiras incursões. E a partir daí eu entendi que não seria um processo tão fluido quanto o dos desenhos ou das pinturas.




Tem uma coisa específica nesse tipo de arte que me encanta que é o processo de gerar a marca em baixo relevo. 


Para mim o ato de cunhar se difere em muito do ato de adicionar camadas de tinta, por exemplo. Eu não sei o porque, mas me parece um processo íntimo, de impor a forma, de inseminar a ideia.


É, sobretudo, invasivo. Mas o fogo tem essa propriedade cicatrizante que estanca o vazamento da essência e canaliza o nosso olhar para os sulcos que vão se formando…


E, a partir daí, se dá a magia da coisa.




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