Tempos Estranhos, sim. e aí?
Definitivamente estamos vivendo tempos estranhos.
E eu me pego refletindo como eu me sinto sobre isso. Por que, ao mesmo tempo em que eu não temo o futuro, eu ressinto a perda do passado. Acho que há essa espécie de pesar que é mais do que mero saudosismo, é um certo amargor de não poder ver a geração futura desfrutando de possibilidades que antes eram abundantes e que estão sendo enterradas, sem que novas alternativas válidas se apresentem. Isso, a meu ver, claro.
Eu não sou um pessimista, longe disso. Eu tenho, sim, uma visão bastante crítica da realidade e costumo antever os conflitos, mas em geral eu também me nutro de encanto e vejo a beleza do porvir. Mas tem sido difícil enxergar a beleza num futuro que mais parece distópico.
E, como eu disse, eu não tenho medo. Não por mim, e nem pelos meus. Eu me sinto privilegiado pela sabedoria que me permite a correta condução da vida em quaisquer circunstâncias. Privilegiado por estar cercado de gente assim, que dialoga e constrói em conjunto, que persevera e permanece. Então não há temor.
Mas eu tenho essa desconfiança de que nem todos estão bem preparados para essa transição. Que o desamparo deformará ainda mais o caráter das pessoas, suas ideias e ambições. Que esse encolhimento do espírito se alastrará coletivamente e nos redefinira como sociedade. Que os temas que hoje são discutidos em grupos seletos, amanhã talvez se tornem impensáveis - seja por desinteresse ou inacessibilidade.
Se eu tenho um temor, preciso admitir, é que hajam cada vez menos pessoas virtuosas no mundo. E esse esgotamento de virtude já é bastante explícito e cada vez mais comum…
O mundo tem se tornado um lugar interessante. Como na antiga maldição chinesa.
Eu espero estar errado.
Se eu não estiver, eu espero poder contribuir com a formação de mais e mais pessoas virtuosas, autênticas e verdadeiramente espiritualizados.
Se eu puder, eu espero patrocinar alternativas para desfrutarmos de uma vida plena. Não só em pequenas comunidades, mas coletivamente. De forma acessível e lógica. Tão lógica a ponto de que se envergonhem de seus condicionamentos e da escassez com que se contentaram…
Mas isso não é um manifesto, ainda. É só uma visão se futuro descrevendo os tempos estranhos que estamos vivendo.
Surrealll! Mas não é no escuro onde a luz brilha mais forte? Nós sempre fomos bons em manter a chama acesa, mesmo nos tempos mais estranhos 😊
ResponderExcluirÉ tempo de vozes como as suas se projetarem ainda mais, querido! Precisamos ganhar o mainstream 🔥