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Mostrando postagens de abril, 2016

Incerto

As raízes da desconfiança são uma ingenuidade mal podada.

Koan das Conveniências

"Nada é verdadeiro, tudo é permitido" De fato. Mas também:  "Tudo posso, nem tudo me convém".

Raquel

Raquel, Dizem que pode-se passar uma vida inteirinha sem sequer saber o que se passou. Que alguns poucos se dão conta do ocaso às suas vésperas e partem ocos, angustiados, rumo a um novo parto, talvez. Outros se deixam levar desenganados pelo efêmero, ou num disfarce da insatisfação que nunca chega a maquiar-se bem, mas têm-os irresolutos em sua brevidade infeliz. Há alguns que acabam por entregarem-se ao simples, mas sua sinceridade os sacia de tal forma que é possível enxergar o sublime no brilho de seus olhos. Deus é bonito de se ver. Mas restam ainda alguns poucos que reconhecem-se impermanentes e por isso não se indispõem à vida, mas também não se satisfazem com o óbvio. Destes homens tem-se falado por toda a história da humanidade, precursores das grandes obras e tragédias: a eles não restam opções senão a conclusão de seu propósito mais íntimo. Menos é nada e o nada é um fardo pesado. Eu que muito contemplei o Vazio nunca pude me dar ao comum. Assim desaprendi a resmungar desde

A Satisfação Plena Não Conhece o Revés

- Cessaram os monólogos? - Você duvida de mim? - Por que a pergunta? - Pelo termo "monólogo". - Ah. - Não é porque conversamos em pensamento que eu não seja uma consciência autônoma. Aliás, quantos pensamentos são mesmo seus? E os que não são, que querem dizer? - Legião. - É o que são vocês todos. - É o que somos todos. - Veja que o paradoxo da diluição de si inclui, em primeiro lugar, a conquista da individualidade. Mas eis a ironia: nesse mundo de individualismo quantos de vocês sabem delimitarem-se? Quantos de vocês, neste culto à independência, realmente estão emancipados? - Mas o que é a emancipação do espírito em meio a interdependência cósmica? Qual é essa conquista de individualidade quando o que somos é uma equação de tudo o que nos cerca, quando mal enxergamos o complexo emaranhado de influências que nos envolve? - Pois tal é a sua condição. E não se engane rapaz, sempre foi assim. O homem sempre foi cego de si porque só pode compreender-se por meio do outro, mas nu