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Mostrando postagens de maio, 2012

o Eu e o Outro

Talvez meu tempo seja mesmo outro; Talvez meu outro seja mesmo tempo.

Charme

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pois todo fim é um começo e toda despedida tem seu charme. Queria já ter partido há muito. Assim, espontâneo & definitivo, só para vê-la acenar seu lenço assoado & encharcado das lágrimas que vergam por mim. Que não retornarão aos seus olhos, assim como não retornarei aos seus braços. O sol não volta atrás por que sabe da deselegância do regresso. E faz de sua despedida um espetáculo à parte, aplaudido no fascínio daqueles que desconhecem os outros cantos do mundo. Aplaudo o sol de pé. Sem lugares estratégicos, porque não é aos meus olhos que ele toca. Mais coerente seria o coro se o elogio fosse feito à dedicação com que este se mantém sobre nós, incondicional. Mas vivemos de momentos, entre vírgulas, de finais felizes! Aplaudo o sol com vigor & alívio. Sou vivaz em minha indiferença, tomado pela ansiedade, cordial nas palmas explosivas que anunciam o fim de minha espera. Dói-me este receio com que se vai; esta despedida longa & dramática & indecisa

Con'templ'ação

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[slow riot for new zero canada ] O acesso restrito configura-se por uma questão de necessidade: há tanto para ser discutido à sós que o roubo da intimidade é um pecado. A sincronia se dá por meio de um código mas, mais do que apenas garantir passagem, este pressupõe um alinhamento conceitual: Portas abertas, ESCANCARADAS! A casa reluz & irradia caminhos. Sobre tudo pode ser dito tudo, sobretudo, que é UNO. Concepções conciliam-se no claro: o lar repousa, iluminado. Adiante-se! Uma moeda que lhe valeu mais do que sua inscrição! A discrição com que se porta é a discrição com a qual a porta: metida em segredos, no sigilo que ela encerra. E desdobra portas, por ser chave. Perante as trilhas familiares a tranquilidade impera. O horizonte ao alcance de tuas mãos: moedas! O universo não se curva ao ouro, mas ao toque; Perceber já é estar em contato. Guarda-corpos que nos mantém acá: em comunhão. A livre transposição de véis & o abandono da i

Assombrações Verbais

ao João ! e começo com Fernando Pessoa . indispensável. Adjetivos não existem, são nomes dados ao intocável! Presunçosos! O “belo” é parcial, corrupto! É um agrado expresso: individual & injusto, um mero bater de martelo... E descrições de si são assim: repletas de fantasmas! A quem se descreve para poder colocar-se em palavras, em características tão limitadas & subjetivas?! Seria ao Zé-Ninguém de Reich ? – Mas não seríamos tão descuidados assim... Seriamos nós mesmos nosso ponto de referência? – Mas, ah! Quanta pretensão... Afinal de contas, o Eu é mesmo um Outro.