OroborO
"Meu fim é meu começo" Constatou, ainda que tardio E, de encontro ao vazio, Fez jús ao ser avesso. * Ascensão por equivalência. Depôs a ingenuidade Depois, ao si covarde, E entregou-se à impermanência. * Fez-se ciclo que não cessa No Ir-e-vir imensurável No instante, o instável! Tomou o Caos como promessa. * Os opostos em comunhão, O acaso afogado na areia. O Todo é teia. Ampulheta: delicada transição. * Os nós frouxos e a corda partida Apossara-se do leme com firmeza Agora era-se a correnteza E apenas o contemplar da âncora ida. * Em posse da guia de oito apoios Soube-se breve, mas pertinente E, como ele, tantos outros dirigentes Mas, além do trigo; em terra, o joio. * Convicções contrariadas no desvelar: Quanta ingenuidade! Pois toda aquela emancipação, por ansiedade! Afinal, o Uno é par. * A serpente exalta: tudo tem preço! Mesmo a cura, provém do veneno. E, depois do susto, constata sereno: