Prelúdio: de mãos livres.

Antes de encerrar-me, disponho-me em linhas livres.
Ainda consciente do ciclo sem brechas, o retomar constante: nunca houve início ou fim; coloco aqui uma pausa forçada.
Retrocessos, esclarecimentos posteriores, monólogos internos ( e agora expostos), em uma pretensão de serem marcados por um relógio estático. Não! Tudo continua em seu eixo: do caminho às cinzas, à reconstituição inesgotável em cada simples processo; fluxo individual que compõe o todo.
Mas esta é a vontade manifesta. É o que se diferencia de quem se deixa aguar ou quem vá se frustrar. Aqui & Agora é em que me torno: pleno.
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O tempo, enfim, justificou-se em estrañeza quando pude concebê-lo como a-linear.
Confesso o quanto de energia toma-me o ato de "ver" o TODO assim, mas a questão é enxergar a ONIPRESENÇA do tempo. Ainda que seja uma tarefa delicada:
à toda sincronia, uma causa & à todo acaso, uma morte!

com o tempo explanado, o estraño, então, talvez morre.

Ou, talvez, o estraño já tenha se caracterizado como um novo adjetivo.
A omissão de um "agá" ou a presença do "til", a modificação ortográfica e a inserção em diversos contextos, mesmo longe de meu consciente, mesmo longe de meu consentimento (!), leva-me à uma expressão que vem ilustrar a estranheza com um certo fascínio: um culto ao místico, àquilo que é raro porém deslumbrante! a cautela com o novo, ainda que haja o ímpeto do desvelar! o ser estraño, aquele que destoa do contexto, mas que prova-se estar perfeitamente adaptado pela curiosidade que desperta.
Pois não seria o tempo "estraño", portanto?!

Nesta intercessão - momentânea, e suave para você, eu espero - deixo explicitadas as novas direções.
Não temos Norte! apenas o sul que deixamos para trás...
mas este Sul é marcado por vestígios deste fluxo incessante.
não há reviravoltas, nada de correções de rotas instantâneas: se voltas a ver o mapa, todas as milhas percorridas, estão lá os detalhes! Todo e cada repuxo; as frestas tornando-se lacunas e um Tempo impositor, como este sol que atravessa as nuvens que se fazem obstáculos, fazendo-se majestoso, tornando-se, aos poucos, irrefutável.

Sigo sem bússola, pois tenho-me em meu novo ditado:
manuseio & intuição

Comentários

  1. Agora intuição? Deixar-se aquém da vontade, para cumprir os estraños passos, em função de seguir o desarranjo do destino? Usando aquilo que temos, não negando a nossa vontade, mas não erguendo-se somente nela. Ver o todo já é suficientemente desgastante. Mas o principal é estar inteiro. Explorar todo o Ser, sem medo, mágoas ou culpa. E se houver medo, é questão de aceitá-lo, descobrir suas origens e cortá-lo pela raiz. Negar o medo também e desgaste extra.
    Sabe o que é menos desgastante que ver? Ouvir. Creio que agora você está apto a desenvolver isso.

    Já és meu amigo, se ainda tinhas dúvida.

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  2. a idéia de Destino, em um tempo a-linear, é inconcebível.
    O caos, ao contrário do que eu pensava, é raramente 'A'-MORAL. há um espaço de conciliação entre a vontade do indivíduo e do todo que o cerca; há uma espécie de responsabilidade por cada ato e ela não é regida pela simples Thelema de Crowley: vai além, quase karmica.
    O medo foi um bom conselho. Segundo o Dom Juan de Castañeda, este é o primeiro passo para o Caminho do Guerreiro, e exige muita dedicação. Acho que prefiro me focar neste sentido mental, do que nos 5 'mundanos' que só reforçam o agora...

    ...mas se bem que fugir do agora também é negar o medo.
    enfim: intuição é manifestar o que se aprende inconscientemente com a prática. Soa interessante.

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