Cartas Marcadas
Pra começar, eu nem sei como. Errante, azarado! Que nesta mesa eu perdi até o sono Pensando-me: o verme ou o arado? E na estrada, dividido A cicatriz na terra. O curinga embaralhado: fui traído... E nestes montes, dedos se confundem com serra. Grãos não dão trégua E toda frase é uma aposta Palavras imprecisas como léguas Silêncio interminável como resposta. Conclusões se desequilibram em abismos E o garoto debruça-se sobre sua alma O jovem perdura em seus cismos E o velho insiste em lhe pedir calma. Em devaneios, um arrepio: Pois todo fim é só um meio. Mas há quem espere palmas ou assobios Viva para o delírio alheio Os ápices foram cancelados A cena, apoteótica, estendida! O acaso descartado E a ansiedade pela despedida... Não haverão créditos & não teremos vencedores. O destino é uma farsa, assim como o é quem dele faz graça. O jogo é contagiante apenas para quem é novo no barco: A sorte é superestimada.