Como ajustar a sua Consciência e melhor usufruir dos recursos cotidianos



“A consciência é a única realidade. Tal como uma tela onde se projeta umas imagens no cinema. Mas enquanto as imagens são projetadas, a tela se torna invisível. Ao suspender a projeção, a tela tornar-se-á visível. A consciência é a tela sobre a qual todas as cenas vêm e vão. A tela é o real. As imagens ou figuras são meras sombras nela projetadas.” - Ramana Maharishi


As imagens são os experiências que nos acometem. Mas ser acometido não é vivenciar. Há quem viva uma vida passiva e a deixe passar… Há quem viva uma vida hiperativa e nem sequer consiga integrar em si a quantidade de experiências pelas quais passa… Há quem veja em um livro mais um fragmento de conhecimento que se coleciona, e há quem enxergue, naquelas mesmas linhas, a chave para a sua transcendência que esteve há tanto buscando. Há quem veja nun encontro com os seus familiares o receio, a insegurança e o não-pertencimento. E esse mesmo alguém pode ver esse mesmo evento com esperança, júbilo e realização em circunstâncias diferentes. Mas que circunstâncias são essas? São internas ou externas?


Não importa. O que nos importa é compreender que o filme que está sendo projetado na tela serve apenas com como pano de fundo para o espectador experiência aspectos inéditos da realidade e integrá-los em si. A vida, como a conhecemos, é só um pretexto para a consciência modular certas vivências que ainda não estão integradas em nós. Portanto, não é sobre o outro, ou o que fazemos no mundo, mas sobre o que nós experimentamos a partir das nossas ações.


Então: não gosto das conjunturas da sua vida atual? Troque o filme! É para isso que serve a magia prática! Mude as circunstâncias, mude o gênero do filme, mude a sua atenção de lugar! Acha que há algo que está te prejudicando de forma intensa, mas que é muito importante na sua vida e, portanto, não pode mudar? Uma relação com um parente, um trabalho que te esgota, uma condição que lhe é inerente? Pois tome consciência íntima dessas circunstâncias. Não só se detenha naquele clichê de “o que isso te ensina?”, mas pergunte-se: como isso modula sua consciência? E, mas, como a alteração da sua consciência pode modelar a sua vivência?


Assistir a um filme sonolento, distraído ou de mau humor pode afetar a sua experiência, óbvio. Mas, pelo menos você tem ciência de que está em uma exibição. Tem gente que ainda não se deu conta da plasticidade dessa vida, ou dessa sua função consciencial que aqui descrevemos, e toma o filme como o Todo, se perde em seus personagens, abraça o roteiro com fatalismo e passa a cultuar o roteirista, sem se dar conta de que é o próprio.


Nós temos uma equipe, lógico, e ela nos ajuda a projetar esse espetáculo audiovisual que experimentamos de maneira imersiva. Mas, embora muito raramente você possa pausar a exibição, é possível dar outros rumos para a trama. Principalmente porque, de novo, não é a obra que nos interessa, mas o impacto dela na nossa consciência. O filme perfeito de nada serve se não nos servirmos dele. Mas… a consciência perfeita… bem, ela se serve de qualquer filme. E qualquer cena. E qualquer ator.


Então: estados alterados de consciência? O que eu preciso saber para aperfeiçoar a minha experiência no mundo? É sobre isso que trataremos no episódio de hoje! 


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Texto introdutório do episódio Páginas Abertas #44 - Gnose: Estados Alterados de Consciência 

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