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Mostrando postagens de maio, 2024

A Construção do Corpo Moral

Moral pode ser, como se diz por aí, uma construção social e, portanto, cultural.  Mas nós só experimentamos os pináculos da consciência humana através dessas construções “artificiais”, que são o que permitem a projeção da consciência em reinos mais elevados que se sustentam nessas estruturas imaginárias, sedimentadas no nosso dia a dia.  Em outras palavras, Moral é um delineamento de possíveis qualidades humanas desejáveis - claro, dentro daquele contexto histórico e cultural - que conferem ao indivíduo um direcionamento mais nítido de suas metas pessoais e coletivas. E, a partir desse direcionamento, é possível nutrir um sentimento de pertencimento e colaboração a um tecido social, à coletividade do que somos, como um avatar da espécie que desenvolve a semente para novos rumos futuros.  Tudo isso pode parecer uma grande besteira para quem está despreocupado com o auto aprimoramento e, sobretudo, com a reintegração. Mas quando se pensa em termos cabalísticos, a dualidade das esf

cegueira, miopia e clarividência

O ideal é que em fraternidade ocultas um cego não guie outro cego. Ou seja, aquele que orienta no processo deve ter passado pelo caminho previamente para que esteja apto a conduzir outra pessoa. Entretanto, é bastante comum que míopes acabem por orientar pessoas de boa visão. E estes, infelizmente, acabam por não enxergar dois palmos adiante, tal é o condicionamento do discípulo. 

Consagrações, Registros & Mito Pessoal

Sabe o que que define o objeto mágico? A sua história. São as circunstâncias em torno daquele objeto que o consagra. São as coincidências, os detalhes, as singularidades, os registros de afetos e impressões que tornam aquela coisa especial. Um objeto mágico, portanto, tem um mito pessoal. Agora, antes de avançar nesse tema, eu quero chamar a atenção para a importância das histórias, porque elas também nos consagram e nos modificam. É a vivência emocional que sedimenta o aprendizado, e é por isso que o Páginas Abertas é tão importante: aqui nós expomos relatos, não por identificação, mas como uma ilustração do que pode ser. E essa experiência de contação de histórias, principalmente quando advém da boca do próprio sujeito que as protagonizou, movimenta em nós mais do que mero aprendizado intelectual. É por isso que, apesar de estudar muito, eu sempre tive horror à postura erudita e excessivamente academicista, por que eu a acho “seca”, ou melhor: desencantada. Então se o Diário

o mínimo do que se pode ser

O entendimento de que o infinito é a nossa natureza intrínseca não é um desencantamento com a nossa realidade, mas justamente uma compreensão do quanto estamos aquém do que verdadeiramente somos.  Nossa tratativa não é a de uma espiritualidade de supérfluos & lifestyle, mas da integração do indivíduo Consigo mesmo e, por conseguinte, com o Todo que lhe cerca.  Daí que essa realização não deve ser vista como um luxo super-humano, mas como um mínimo de dignidade existencial. E, se colocamos desse jeito,  quão miserável somos?