Calendário Mágico como instrumento de ajuste do Ritmo Natural do indivíduo
Somos todos produtos da nossa época. Nossos hábitos, interesses e sonhos são reflexos do entretenimento disponível. Somos cópias da arte industrializada, um produto mediático que sacia a demanda do ócio e do cansaço.
Quando não era o feed, era as séries. E antes delas os filmes e as novelas. E antes dos noticiários. E os jornais impressos. E os espetáculos de Pão e Circo, não como política alienante, mas como solução fácil para a insatisfação e existencial quase que inerente à humanidade. Quase.
Mas quando não somos definidos pelo tempo, ou seja, quando não somos meros fantoches da nossa geração, autômatos seres de carne e osso reproduzindo padrões estanques, ainda assim não passamos incólumes. O tempo nos atravessa por toda a vida, e deixa marcas profundas em cada uma de nossas obras. Em cada um de nossos passos. Aliás, os nossos passos são o tempo passando através de nós.
E ainda que soe conveniente e tentador clamar o tempo como algo meramente psicológico , ele é implacável: cada momento é único. E mesmo a nossa conjectura sobre esse fenômeno só traduz a nossa percepção material de uma constante que atravessa variadas camadas da realidade.
O tempo, em si, é uma dimensão. E aprender a operá-lo ativamente, ao invés de apenas reagir aos seus efeitos, é uma habilidade que nos confere maior autonomia e nos capacita enxergar o ritmo cósmico e aproveitar as suas possibilidades.
Todos nós temos um ritmo natural. Alguns são mais rápidos, outros são mais lentos, e isso varia diária em área da vida, e também de fases em fases e o referencial, que nos dá a dimensão da velocidade, é justamente esse tempo cósmico - e não o cronológico.
O tempo cósmico é palpável, mas ele é sentido através da intuição e dos nossos momentos de conexão com a Fonte. É quando sentimos que estamos no lugar certo e na hora certa; ou o que estamos no caminho certo; ou ele se manifesta através de sincronicidades & confirmações.
Para se conferir o tempo cronológico Basta consultar o relógio. Para se conferir o tempo cósmico é necessário olhar para dentro. Por que embora seja um fenômeno objetivo, ele não pode ser aferido diretamente. Ele se manifesta nas entrelinhas dos acontecimentos sociais, das relações interpessoais, dos projetos em andamento e do interesse coletivo. O tempo cósmico está diretamente relacionado com o conceito de Ritmo do Mundo e, portanto, de “Verdadeira Vontade“.
E se a V.V. é algo que buscamos construir no mundo, ou seja, precisamos moldar o contexto para expressa-la e, com isso, reconhecer nossa autenticidade, também o ritmo natural é algo que é reconquistado - por que embora ele exista inerentemente, só o percebemos a partir da experiência e da maturidade.
Quando nos damos conta de que somos atravessados por tantas influências que nos cercam: imposições, pressão social, ideais artificiais, competitividade irracional, vários dos sintomas do capitalismo tardio… Aí entendemos que o nosso ritmo foi alterado e que estamos operando com base em valores que não comungam com os nossos ideais internos e nos debilitam continuamente, até um possível colapso.
Isso acontece com todos. Mesmo a melhor criação, família, recursos, não é capaz de prover o ritmo ideal para um filho porque, embora o ritmo seja intuitivo e se auto regule, o seu potencial só se revela quando o indivíduo o percebe conscientemente e, a partir daí, cunha os seus hábitos e valores à imagem dos seu ideal.
Viver naturalmente em seu próprio ritmo é uma benção, mas se não soubermos nossos limites através dos contrastes, fácil facilmente somos desvirtuados e então experimentaremos a angústia de não saber como nos autorregular e reassumir o estado de consciência ao qual estávamos acostumados. Por isso vamos tratar sobre o calendário mágico e, a partir dele, exploraremos maneiras de restabelecer potencializar o nosso ritmo natural.
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