METACONSCIÊNCIA


Eu acredito que a consciência humana é desenvolvível. Ou melhor, o indivíduo constrói as bases para aportar estados de consciência mais plenos e, a partir daí, vivencia-los.

Mas experimentar, não significa sustentar esses estados. Uma coisa é um evento pontual, outra coisa é a alteração de perspectiva voluntariamente. O termo que eu uso é “operar” outros estados de consciência.

Daí que eu acredito que a consciência individual, ao poder se expressar com maior desenvoltura, naturalmente vai se integrando à consciência do TODO. E isso significa que o indivíduo passa a acessar novas informações - entre outros recursos - de forma natural e espontânea. É como se os limites das dimensões se diluíssem e ele pudesse experimentar a liberdade do espírito. 

Na diminuição desses limites, o ser tem a possibilidade de integrar em si tudo aquilo que ressoa consigo. Assim, inaugura-se a capacidade de experimentar e desenvolver novos estados de consciência não a partir da vivência material objetiva, mas a partir da própria projeção de consciência. Ou seja: trata-se de uma experiência meta-consciencial, em que os eventos internos e subjetivos são capazes de ajustar e aprimorar o indivíduo objetivamente. 

Por outro lado, há quem lide com temas, informações e recursos entrópicos, ou seja, com um alto potencial de desagregação. Essas energias desequilibradas vão degenerar a expressão da consciência e criarão lacunas e fragilidades que tornam a expressão do indivíduo fragmentada. Então ele não disfruta da liberdade do espírito, mas da angústia da sobreposição dos planos e o sentimento de não-pertencimento. 

Essa angústia é uma aflição crescente que culmina num estado de apatia absoluto. Essa é a resposta da consciência à desconexão do ser com o TODO. Essa apatia, entretanto, não deve ser confundida com desapego ou como uma metáfora para a famigerada “dissolução do ego”. Em última instância, trata-se de um estado de anestesia profunda, um recurso para mitigar a desesperança que o ser é incapaz de processar. Esse, portanto, não é um estado neutro, mas pelo contrário, é fruto da dessensibilização pelo excesso de estímulos desordenados que fustigam o ser. 

A reorganização da consciência passa, necessariamente, pelo processo de reparação do indivíduo para com o mundo. Num primeiro momento ele não tem aporte para compreender os desdobramentos de seus feitos e a repercussão em seu íntimo. Mas, no decorrer do caminho, sua capacidade de assimilação vai se refinando e a visão de si e do mundo se torna mais nítida. Esse é o ajuste da consciência. Aí sim podemos dizer que ela se neutraliza. A partir daí ela está pronta para começar a construir bases sólidas para experimentar o já descrito processo de meta-consciência.

Entende que essa neutralidade ainda está além do que a mente ordinária supõe? Há trabalho a ser feito, ainda que se almeje o mínimo.

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