Os Recursos da Expressão como Veículo para a Essência

Todos possuímos nossas narrativas.
Toda narrativa possui múltiplas interpretações.
O contexto interno do indivíduo afeta a sua expressão. Bem como, também, o contexto externo faz com que ele ajuste a sua comunicação.
É essa plasticidade da linguagem que a torna tão rica. Nos comunicamos a partir da expressão de quem somos. E muitas vezes não lemos como comunicação aquilo que é essencial, a experiência da expressão do indivíduo por si só. 
Realizar-se a partir do ser.

O Essencial, entretanto, não se flexiona à subjetividade do ser. 
A Essência É o que É. O ser é quem se ajusta a ela: molda-se, esculpe-se, descobre-se. 
Dito isso, as narrativas são formas de tentar descrever aquilo que é Essencial, fragmentos dessa Essência. Partes do vislumbre do Infinito. 
As narrativas são sempre enviesadas. E carregam o fardo do eterno desapontamento, pois o incognoscível é, também, intraduzível. Não só não cabe em palavras, mas é a própria experiência humana, e tudo o mais.

Entretanto, um alento: uma vez que um indivíduo, qualquer que seja, descubra a raiz de sua Essência e busque expressá-la em seus termos mais variados possíveis, sua trajetória se torna óbvia. 
E, ainda assim, deslumbrante.
Isso porque o caminho da reintegração é lógico e intuitivo. E os próximos passos desse indivíduo, ainda que sejam incógnitos, suas conclusões acerca de si e do Infinito serão notórias e evidentes.
À essa lógica transcendental é chamada a Tradição Primordial. E todos os Mestres que caminharam neste plano trilharam o exato mesmo caminho da comunhão consigo, ainda que seus legados possam parecer díspares e variados.

Mas não se engane: a obra do homem é erigir a Si próprio. A herança da humanidade não são os seus despojos materiais e intelectuais, mas a realização da espécie na expressão plena do que se É.

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