Da Família enquanto estrutura essencial
Acordo, de madrugada, assombrado pela transitoriedade da vida. Não tenho nada a temer, de fato. Minha vida está perfeita. Mas talvez aí resida o receio, de não conseguir manter as coisas como estão; ou de descobrir que há parte dessa estrutura que não esteja devidamente assentada. Que o que eu acredito que seja perfeito seja só uma ilusão momentânea, e que eu não estou enxergando todo o panorama. De fato, é isso que me espanta. Até ontem eu não percebia o quão importante é para mim algo que é corriqueiro como as reuniões de família. E, sem ter sofrido qualquer perda súbita que me levasse a repensar essa situação, agora temo justamente a dissolução de algo que eu sempre tive e nunca me dei conta. É absurdo pensar que os nossos valores se explicitem de tal maneira que passemos a observar nossa natureza interna com tanta fidelidade a ponto de descobrir as incoerências da nossa postura perante o mundo e, ainda assim, nos assustarmos com as nossas projeções e o que elas podem vir a ser se