Tratado sobre a Intimidade

Só é possível estabelecer certas linhas de diálogo quando se há intimidade. 
Intimidade é uma especie de referência emocional da qual partilham os elos envolvidos em uma relação. 
Essas referências podem ser forjadas ou surgir naturalmente, bem como também variar conforme os humores e contextos, ou se perder em definitivo. 
Intimidade, enquanto referência, denota aquilo que se supõe um denominador comum, algo como o conceito de reciprocidade em que as partes que se relacionam estão comprometidas de forma igual com o vínculo que sustentam. 
É ingenuidade acreditar que pode-se esperar mais do outro do que estamos dispostos a oferecer. Não quando nos referimos a relações genuínas & autênticas, que nos exigem participação e que o fazemos por prazer. 
Por outro lado, há diversos outros tipos de relacionamentos que são pautados pela tolerância e não pela intimidade, e nessas relações há espaço para todo tipo de fantasia & impostura. Há inclusive espaço para ser relacionado sem se relacionar de fato. Ou ser amado sem amar, coisas do gênero que não dão tanto trabalho. 

No entanto, o diálogo. 

Há certas discussões que só  são possíveis através da intimidade. Não porque necessitemos dela para dizer, mas sim porque se faz necessária para ouvir. Ou melhor: ouvir não, escutar. 
É que quem ouve, mal ouve e reage. Quem aprendeu a escutar, aprendeu também a acolher. Isso é intimidade. 

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