Conjunção de Perspectivas

A palavra é o corpo; o sentido é a alma.

Semiótica metafísica & metafórica - agrado seus olhos, para só então te encarar: quantos sentidos têm as palavras? Melhor: quem lhes confere sentido, o autor ou o leitor? Ainda, em palavras mais consagradas: “Quem é o mestre que faz a grama verde?”

Tudo o que a gente vive, tudo o que a gente sonha e produz, todas as nossas referências estão codificadas na nossa perspectiva. A nossa forma de olhar o mundo é como um código - não exatamente genético, mas que sintetiza e traduz todo o nosso universo particular.

Existem pessoas de perspetivas singulares ou múltiplas, conflitantes ou coerentes, estreitas ou abrangentes, conformistas ou revolucionárias, perspectivas que endossam as possibilidades da diversidade, e outras que restringem a vida e a sua livre expressão. Podemos nos limitar, deliberadamente ou não, mas a interpretação por si mesma é infinita.  E ela impacta em absolutamente tudo o que a gente faz. Cada um dos nossos atos, por mais despretensioso que seja, tem a marca da nossa visão de mundo, quer tenhamos consciência disso ou não.

Isso faz com que toda a nossa interação seja pessoal. Tudo é íntimo, percebe? “Todas as cosias fornicam entre si”, e é dessa fertilidade que advém a vida. Quando nos distraímos com caprichos e automatismos, deixamos de estar presentes e nos tornamos estéreis. Nossas sínteses são menos poderosas, nossa expressão não traduz a nossa Essência, perdemos a sinceridade e a potência que os nossos atos possuem naturalmente.

Mas quando nos conectamos com o nosso interior e nos fazemos presentes, aí sim estamos aptos para aproveitar das oportunidades que nos são oferecidas, literalmente, o tempo todo.  E assim diversificamos as nossas perspectivas e somos capazes de aprender com as referências alheias, somos capazes de dissolver certezas solidificadas e nossos túneis de realidade vão se expandindo, aprimorando a nossa expressão e nos conferindo maior amplitude. Essa é a fórmula da conexão com o infinito. Mais do que isso: é a única maneira de realmente honrarmos quem nós somos.