tempo estraño

“Nossa, essa explicação faz todo o sentido do mundo, agora as coisas começam a se encaixar... Eu só fico triste que ninguém tenha tido paciência de me explicar com clareza o que estava acontecendo, eu ouvi tantas afirmações contraditórias...” “Não, não é falta de paciência. É falta de conhecimento mesmo. Às vezes as pessoas precisam ter o que falar; outras vezes elas só se enganam mesmo. De toda forma, precisamos desculpar os demais pela sua ignorância. Agora que você já tem uma resposta, acredito que seja mais fácil de enxergar o princípio de causalidade das coisas, não é?” “Como assim causalidade?” “Tipo, como se você pudesse entender a linha lógica de acontecimentos - o quê causa o quê e o porquê; como se os fatos fossem mais nítidos e você tivesse mais lucidez para entender o seu papel em tudo isso.” “Sim! É exatamente isso que eu quero dizer quando digo que as coisas se encaixaram. Me sinto mais apto pra agir sobre essa questão.” “Ótimo, é isso, é mera questão de contextualizar o

Ao pensarmos nas consecuções da consciência naturalmente supomos que suas conquistas advém de esforço próprio, posto que temos claro a Iluminação ser individual & intransferível.  O que esquecemos, no entanto, é que este estado de plenitude é por si só contagiante e que, embora não seja transferível de forma direta, ainda assim pode ser exaltado no próximo.  Assim, tal como uma Iniciação é capaz de despertar fragmentos da Essência de um indivíduo e consagrá-los para a expressão de sua Vontade, a perspectiva da Verdade também pode ser comunicada através de métodos de ressonância de uma consciência plena para outra que esteja receptiva e afim.  Em outras palavras, é possível falar a linguagem do Silêncio Perfeito àqueles que se dispõem a ouvir. 

Refletindo sobre a natureza do meu trabalho, pensei também que quando mais novo não tive a oportunidade de conhecer alguém como eu para me auxiliar nas minhas questões e o quanto isso poderia ser bom.  Mas logo pensei: que bobagem! eu tenho a mim, hoje, para me auxiliar a ser o homem que virei a ser - e isso é muito mais fundamental!   Por acaso cá não estou? Escrevendo essas linhas e me deleitando com as minhas perspectivas... E, no entanto, despretensioso mesmo, acabo assumindo essa responsabilidade: se até aqui fui o que fui e cá cheguei, o que de fato pode vir a ser e onde posso chegar ao empregar o que sei e quem sou na tarefa de conquistar-me? O segredo aqui é a filosofia do deleite - não da autocobrança.  Releia com os olhos de quem galanteia a si mesmo. 

Brilhar a ponto de chegar quem nem quer lhe ver.