Old Fellas Back In Town


Você já teve aquela experiência de se encontrar com um amigo de longa longa longa data e vocês conversarem sobre experiências que vocês tiveram e que você nem mais lembrava? E isso te suscitar memórias de um alguém que você já foi e não se dava conta?

Pois eu fui acometido por esse acontecimento hoje, e foi uma sensação agridoce, meio nostálgica e um tanto saudosista, sabe? Ouvir sobre seus grandes feitos da boca de outra pessoa, sendo descrito com admiração, aventuras juvenis que deveriam demarcar um território de um orgulho besta na minha psique e que, no entanto, estavam perdidas não sei onde.

É bom reviver esses momentos, mas ao mesmo tempo eu sinto o receio de ter esquecido tão mais coisas e não ter quem possa rememorá-las. E eu também receio não ter o fôlego para viver aventuras com a intensidade que outrora eu vivi. 

E não é que eu esteja reclamando, veja bem, minha vida é maravilhosa e ter esses momentos suscitados assim é a prova de que eu tenho amigos que são realmente um legado, mas é que em algum momento eu me pergunto se há espaço para a transgressão que era viver. Parece que eu já fui mais livre, mesmo que eu saiba que nunca fui mais feliz.

E aí eu trago esse dilema existencial entre a oposição da liberdade e da felicidade. Será que isso é possível? Ou é só mais uma ilusão desse saudosismo juvenil um tanto quanto emocionado?


Eu sei que eu sempre sonhei estar aqui, onde eu estou agora. E eu não trocaria essa vida por nada nesse mundo. Mas é bom redescobrir outras versões de mim. E poder honrar quem eu fui e conciliar com quem eu sou. 


Belo Horizonte, 10/01/2021

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