O Indivíduo, o Corpo Social e a Magia



Quando pensamos no corpo social de um ponto de vista administrativo, temos de partir do pressuposto de que cada indivíduo está suscetível a inúmeros fluxos e acidentes que podem lhe acometer e, de alguma forma, lhe prejudicar, prejudicando por extensão todo o coletivo. Dessa maneira as pessoas são tidas como vulneráveis, vítimas do que pode lhes ocorrer. Assim, não devem ser culpabilizadas mas sim auxiliadas, educadas e recompensadas. É papel desse corpo social rastrear erros e obstáculos, em seus processos internos ou mesmo em influências externas, e resolver ou amenizar todo e qualquer tipo de conflito, posto que essa é uma função de autodesenvolvimento da instituição e não um mero serviço prestado a um terceiro. A manutenção de erros individuais é a manutenção de toda a instituição e sua função primordial. 


Do ponto de vista da magia é diferente. O indivíduo, ao encarar-se como praticante, deve deixar de lado sua lógica civil de que é protegido pelo estado ou por qualquer outra instituição e assumir responsabilidade por todos os seus atos e pelas influências que lhe acometem. Essa postura autocrítica é a emancipação de si - não da estrutura civil, mas sim de todas as crenças arraigadas que o prostravam e lhe permitiam engendrar a vitimização e a culpabilização de ferramentas ou de elementos externos. 

A partir do momento em que uma pessoa se denomina “desperta”, “iniciada”, ou qualquer outro termo que represente o cruzamento do limiar da consciência padrão é esperado dela portar-se com a maturidade de quem de fato percebeu-se como causa primária de tudo o que lhe acontece. Estudar e praticar magia é assumir seu papel no mundo e em seu próprio enredo, e isso significa transcender a moral absoluta do certo e do errado e adotar o parâmetro da sua Essência para medir cada ato e entender o que lhe convém e o que é dispensável. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ABRALAS

A Construção do Corpo Moral

Integração & Integridade