Um Trecho sobre a Pureza
Ela realmente sabia trabalhar bem, com a vantagem de ter alguns séculos de experiência contra meus dez anos de estudo encarnado.
Então estava eu, pronto para receber um belo artefato que aquele nobilíssimo Mestre tinha para me dar - um alguém que eu havia conhecido há duas semanas e já tinha na mais alta estima - quando por um ato de coragem e insolência eu o interrompo:
“Mestre, com a sua licença” e elevo aquele objeto recebido para o alto e clamo: “Ó Altíssimo! Revele e consagre todos os poderes deste artefato!”
Um jorro de luz branca descendente atinge a minha mão e num piscar de olhos aquele objeto se desfaz em uma densa fumaça escura. Instintivamente, com um estralar de dedos, eu desvelei aquele disfarce pomposo e o Mestre se esvaiu em mais fumaça & fragmentos & miasmas. E quando seus vestígios sumiram, era ela quem me encarava, com sua risada estridente e provocativa:
“Você vai perder!”
E eu, intrépido como me cabe, devolvo: “Eu já ganhei.” E a arremesso para o fundo do Abismo, seu fardo & morada.
Enquanto as ilusões são performances para os sentidos, a Pureza do altíssimo trespassa qualquer qualidade que se molde. Deus é aterrador por um único motivo: ele tem o poder de tornar tudo o mais em Si. Pobre de quem não o É.
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