A Irreverência da Iluminação

Há uma linha geral do que se é esperado de cada um em termos de execução de seu Propósito em sua vida. Esta linha é definida sobre a média dos rendimentos daquele ser em outras passagens pelos planos de manifestação. Em outras palavras a espiritualidade não subestima e nem superestima a capacidade de ninguém.

Por outro lado, mesmo que tenhamos certa liberdade no agir algo é esperado de nós, e sempre que se sai dessa linha de planejamento há retaliações. Em meio às inúmeras possibilidades podemos nos perder ou vacilar em nosso ritmo e, de alguma forma, estaremos descompassados com o que nos é reservado. Daí vem a sensação de insatisfação e de inadequação: não conseguimos contemplar o próprio propósito interno e isso nos aflige intimamente. Ao nos envolvermos com magia acabamos, de certa forma, interferindo nessa linha de expectativa e planejamento da Espiritualidade e, embora na maioria dos casos as pessoas possam se perder ainda mais quando lhes são apresentadas muitas possibilidades e nenhum fundamento ou maturidade, vez ou outra os meios conduzem aos fins e um adepto alcança um certo estado de consciência muito mais perspicaz do que se era esperado. E isso também pode ser complicado.

Em constraste à situação em que nos sentimos incapazes de assumirmos nossa Vontade, aqueles que a assumem e a manifestam com maior intensidade do que se é esperado tendem a não mais fluírem conforte o ritmo do contexto que lhes rege, mas à sua frente, enfrentando diretamente a inércia que procura de toda maneira refrear o êxtase e o ardor. Aqui o adepto não se referencia mais pelo contexto mundano, tal como aquele que cumpre seu ritmo próprio, mas sim pelas diretrizes superiores à sua consciência, algo com o qual ele nunca teria contato se se ativesse à sua progressão esperada.

Quando falamos dessa inércia que tenta desestimular o adepto, falamos da atuação de inteligências externas, sempre motivadas por  duas razões principais: o temor dessa ascensão repentina e de como isso pode afetar os seus interesses e domínios; ou o desejo de se estar na mesma posição e desfrutar das benesses que estes julgam que o adepto tenha conquistado.

Tudo o que sai do planejamento cósmico causa certa ruptura e desconforto. A iluminação, por fim, é um verdadeiro parto e ela subverte não apenas Maya, mas todas as camadas do Real. A cada vez que um adepto se ilumina os tecidos do TODO se rasgam para então serem cerzidos à Luz de sua plenitude. Mesmo as inteligências mais disruptivas são extremamente conservadoras se comparadas à consciência transcendental. E essa é a beleza da progressão: quando um adepto assume sua marcha e não se torna convencido e arrogante, ou seja, não se deixa freiar pelas inércias de seu próprio ser, nada pode detê-lo e a perturbação que ele causa às ordens estabelecidas é tal qual o regozijo do TODO em se regenerar a partir do êxtase e da Luz incandescente. Só se atinge ao TODO pelo Amor. E é melhor que seja sob Vontade.

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