Da Provação de Assumir o Destino

Nos é sempre dito sobre uma suposta missão de alma, um propósito, uma Verdadeira Vontade que deve ser um objetivo na vida de cada um. A tal lenda pessoal que, ao ser cumprida, nos leva à felicidade plena e à realização. Há quem diga que tudo converge para que realizemos este propósito e que, quando estamos a manifestá-lo, contamos com a boa vontade do algorítimo que rege o TODO. As sincronicidades se fazem presentes e enxergamos a Beleza do Universo.
A bem da verdade é que esta Verdadeira Vontade é um conceito que quanto mais se mira, mais palpável se torna. Isso se dá de tal forma que uma pessoa crítica, ao conduzir uma reflexão e retrospectiva de sua vida, vai enxergar um nítido fio condutor que a levou às suas grandes consecuções. Essa perspectiva se torna ainda mais clara conforme o grau de realização pessoal de cada um. E é claro que pode-se argumentar a parcialidade de quem se sente satisfeito consigo mesmo, mas o fato é que a adoção espontânea deste paradigma por pessoas bem sucedidas parece significar algo mais do que auto-sugestão.
Temos de dizer que há diversas formas de se alcançar esta Verdadeira Vontade. Enquanto uma é o ponderar e planejar nossos atos e seguir a vida de acordo com a nossa intuição e Vontade - podemos citar o tal "Caminho do Coração" de Castañeda -, outra maneira são os mecanismos de acelerar nosso processo interno. Estes ditos mecanismos são como provações que nos são dadas para que conheçamos o ápice de nosso potencial e então situações nas quais somos imergidos e precisamos manifestar aquilo que somo essencialmente. Esses mecanismos não nos dão outra opção senão cumprir com este propósito, e tentar fugir da raia é o mesmo que afogar-se numa piscina vazia.
Pode parecer desesperador excluir todas as outras possibilidades que não sejam as essenciais. O ser humano é um animal claustrofóbico que costuma se sentir acuado quando não consegue contemplar outras escolhas - por mais que elas sejam insensatas (ou burras mesmo). A ideia, porém, de um livre-arbítrio como dom só é sedutora para quem realmente ignora seu potencial pessoal. Ao contrário, aqueles que o manifestam  não costumam desejar nada além. E não é questão de contentamento, mas de plenitude. 
A execução de nossa Vontade integralmente, ao mesmo tempo que nos elege como alvos da tentação, nos capacita para a superarmos, estando a Vontade está acima da dualidade e sendo, portanto, a expressão máxima da potencialidade do ser. Aqueles que não são capazes de lidar com suas pequenezas que permaneçam miúdos: é mais seguro e garante a pluralidade de opções - rasas, convém dizer.

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