DHAMMA



Aos poucos eu vou relembrando coisas que eu nunca vivi e vou entendendo melhor este que está além de mim, mas que ainda sou eu. É como se a temporalidade estivesse se fragmentando e também toda a minha visão de mundo, linear & parcial. Brotam novas personalidades complementares & esclarecedoras do composto que animo, já em dúvida do que sei de fato. Ou de como o sei.
É como se as minhas iniciações fossem apenas preliminares; é como se toda a trajetória que vivi, nas diversas passagens por aqui, convergisse neste processo de desconstrução de tudo o que houve até então. 
Uma espécie de lucidez repentina me acomete, vez ou outra, revelando o desdobramento de causa-e-efeito de múltiplas situações que me cercam. Passado & Futuro transparentes, entrelaçados, expostos, desfiando as vendas & desafiando a lógica comum. 
Eu pareço estar desaprendendo meus conceitos enlatados que prezam pela manutenção de um eu-social divergente do que Sou. Este processo de diluição das certezas, este tal desapego dos automatismos, conduz-me a uma retomada de consciência dos cotidianos, integralização das minhas pessoas paralelas & a reforma de hábitos antigos que se tornaram insustentáveis.
De repente a moral pesa, agora nítida e não mais relativa. Eu diria que a maturidade é imune à auto-retórica. Nem persuasões, nem sublimação ou eufemismo. Alívio é fazer o certo acima do dualismo.
Chega um ponto em que livre-arbítrio & fortuna tornam-se a mesma coisa e então não há o que não seja sagrado: é a reconciliação.

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