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Mostrando postagens de novembro, 2013

Exconjuro

Quem dera ao descuido ser significativo Ai de ti! A vontade é o crivo Pois há amor; e há sucesso E há verdade nestes versos

Borrão

Caem os cílios, a tinta, a água A mágoa permanece, não verte O silêncio é ouro. Mas também é prata barata, Ou menos. O absurdo é tudo em estantes Mudos instantes Mundos distantes Antes Depois. A eternidade é curta Se bem que Inédita. Pois É.

Diário

Meu verso não vale ouro, é matéria comum. Emprego-o diariamente sem distinções de contexto ou vãs pretensões de guardar palavras para discursos ou sermões. Criação instantânea, ininterrupta. As palavras dão vida aos sentimentos e a saliva é o combustível da imaginação, embora a vida só seja possível pelo silêncio. O poeta só o é por saber caber; mas e a poesia dos dias, cabe-o apreciar? Quanto de silêncio há na pausa, e que é que regula o tom, se não o não? Pois, de outra forma, dicionários apenas. Além de forma & gênero há vida a ser floreada não peço que não seja simples, muito pelo contrário.

Costelas III

Nada por menos. Tenho meus planos, plenos de detalhes, Mapas à Vênus, Entalhes artesanais E meus venenos habituais. Nutro pequenas relações comigo Aceno às multidões, enceno perigos Dramatizo questões as quais nem acredito Personifico mitos Em elaborados ritos de solidão. Solidifico personagens Importo paisagens em ilustrações ilustres Lustro imagens que tenho de mim Ao espelho torno-me afim, Visto roupagens, proclamo festins, enfim! Anfitriã em meu teatro ilusório Forjo ontens e amanhãs, um divã, um laboratório Do simplório ao titã Artesã, E não santa de oratório.