Desuso
Você não quer ser vulgar. Eu
não quero ser trivial, posso ser usual. Precário. Há êxito em
ser notável! Depende pelo quê. Diálogos são mais
fáceis... Mas
este não é um diálogo. É um monólogo. Não está vendo que não há aspas ou
travessões? Mas por que isso agora? Você estava
abusando das regras. Como abusando das regras?! Você estava criando
muitas personagens e deixando-as soltas por aí. Ninguém quer vagar a esmo, ser
personalidade errante. Você não pode simplesmente animar as palavras e depois
desanimá-las... Mas eu não as desanimei! DESÂNIMO, tédio,
ócio. Entendeu agora? Insatisfação? Sim, legítima.
Como assim?! Como não? Questione suas criações, ó céus! Eu
sei como elas se sentem! Ledo engano! Sabe do contexto, não sabe do abandono! Enfim,
elas alegam invalidade. É grave? É uma espécie de rebelião. Você
sabe, as palavras são perigosas... Sei. Bem, eu poderia...
ajuntá-las todas numa única história, meio que unificando o contexto delas...
Uma intertextualização, literalmente! Em forma de diálogo? Sim,
tornaria as coisas mais simples... E muitas delas não têm limites bem definidos,
resumindo-se a formas de falar e posicionamentos ideológicos. Está
vendo? É disso que estamos falando! É esse o motivo do tumulto! Simplicidade?
DESCARACTERIZAÇÃO.
Que tal? Bem... Pensando por esse lado... Não há lados, só há
eufemismo da sua parte. Isso é abuso de linguagem, entendeu? Mas
a gente gosta do jeito que você floreia! Um jardim suspenso então? Agora
está falando a minha língua! Uma torre de Babel, enorme! Quase um
trava-línguas! Isso! Talvez um quebra-cabeça monumental! Sim...
Mas, afinal, quem é você?! O porta-voz deles?! Não, garoto. Essa parte
não ficou clara, não é? Eu sou o seu
porta-voz. Eu tenho livre acesso por aqui. Só estou tentando te livrar dessa
enrascada. Sabe? Você deixa muitas sombras por onde passa...
Comentários
Postar um comentário
Comentários?