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Mostrando postagens de junho, 2012

Fome de Algo Mais

Se poesia enxesse barriga, enxia bem mais que isso! O peito cheio, de orgulho mesmo!, de ler em voz alta os versos escolhidos! Mas, pelo contrário, a mais nua vergonha! E não é vergonha estar nu! Vergonha é estar disperso: PERDEU A OPORTUNIDADE DE FICAR CALADO, RAPAZ! E agora perdeu a frase anterior! E só se faz mais BURRO, BURRO, BURRO! BURRO! E vai xingar o prefeito, cantar uns raps, fazer-nos rir! Eu não sei o que tá na moda por aí... Eu sei que o respeito tá em baixa!

Manutenção

Cortar as unhas: Auto-mutilação semanal.

Extraordinário

Dentro de toda ampulheta há um grão de areia negro. E se os grãos, todos, já são negros, há nesta outra ampulheta um branco, claro como a neve. Sobre este grão excepcional duas coisas têm de ser ditas. Começo pela confecção do objeto que intriga a tantos. Aquele pequeno grão do oposto não é colocado ali propositalmente, pois não há uma finalidade ou motivo místico para a inserção desta peça destoante e tanto trabalho gratuito é descompensado. O mistério, portanto, está na forma como este princípio de ironia se manifesta, pois mesmo que o artesão selecionasse cuidadosamente cada grão de areia, após o envasamento final fatalmente o grão se revelaria. Há quem explique o fato como um processo de seleção natural em que o grão mais apto destaque-se dos demais adquirindo uma tonalidade contrastante. No entanto há lacunas nesta teoria, pois a característica saliente não é especificada, dando possibilidade ao acaso como solução. Há outros que acreditem na materialização simples do grã

"Impasse" ou "72"

aos indisciplinados Conta a lenda que um jovem discípulo, perturbado com os acontecimentos do mundo que o cercava, foi ter com seu mestre a buscar soluções para erradicar o que tanto lhe afligia. Após interrogar o ancião este lhe aconselhou que se quisesse ajudar ao próximo que começasse próximo à si. Poderia buscar a água da fonte para repor as reservas da casa já que o outro discípulo, encarregado desta tarefa, estivera enfermo. O jovem se propôs a fazê-lo prontamente, afinal a água também servia à ele. Armado dos baldes saiu em busca do caminho que nunca havia trilhado, debaixo de um sol escaldante que castigava a região. Andou por horas até deparar-se com uma bifurcação sem qualquer placa que pudesse indicá-lo a direção para cumprir sua tarefa. Não havia cruzado com ninguém desde que partira em sua jornada e também não vira nenhuma moradia durante sua peregrinação, então se sentou diante da divergência e pôs-se a meditar. O tempo passou e o discípulo não viu solução senão