Postagens

Mostrando postagens de abril, 2012

Aspas

Imagem
A liberdade está na fechadura do sanitário. " livre "

Solvente

Não importa quanto tempo eu passe contigo, nunca é suficiente. E a despedida, temporária, é sempre um parto que vem me rasgando cada vez mais. Eu sofro de uma perda de identidade, constante & progressiva. E estes lapsos compõem-me lacunas! Mais do que isso, compõem-me saudades. Em uma canção que não sei se posso dizer que é triste. E também não posso dizer que é ritmada. Musicada à capela, num respiro incerto de quem toma-se por um ato impetuoso; de quem decide-se, à beira do ouvido, arriscar um sussurro: GRITANTE! _______________________________________ Minha prosa é confissão. E por sê-la é poesia. E é mais do que frases ensaiadas ou espontâneas, pois tem um quê de desespero; É mais do que um pedido de socorro, pois tem uma dose de desesperança; É mais do que uma declaração. Eu já me encontro completamente explícito, de expressões sublinhadas & pensamentos escancarados: sou todo legível. Distante, por ter me deparado com a saudade. Absorto, por sabê-la insolúvel. O

________________________________________

Houve um silêncio. Ouve o silêncio: "!!!!!!!!!!!!!!"

Afã

Hoje meu lar é um ponto de ônibus, um banco no aeroporto. Faço a minha casa em qualquer esquina, qualquer espera. Vida de encruzilhadas. E compartilho o destino com desconhecidos em minutos que se estendem imponentes. O relógio assenta-se por graça, pomposo & gozado! E, como a lebre, perde a disputa. Hoje o dia é da tartaruga; do viajante. Avenidas são linhas de nós cegos em mapas desajustados. As ruas são vias deserdadas da cidade, perdidas por aí apenas com um nome nas costas. A palavra é gratuita, mas é tão pesada que um silêncio intocado se estende nas matracas preguiçosas & sedentárias. Sons disformes embalam uma sinfonia inorgânica & perturbadora: trilha sonora do cotidiano, despercebida como um filme automático. É nesse contexto em que se configuram guias turísticos todo & qualquer transeunte. Um contrato cercado de termos & entrelinhas cujas assinaturas são dadas num desvairo sutil. Surto social hereditário, mas artificial, numa estrutura que não se sustent