Desembrulho
À uma garota que eu ainda não conheci;
& ao Mestre, André Martins.
- Aonde você esteve este tempo todo?
-Exatamente aonde eu devia estar. E agora me tens em sua frente, exatamente como tem de ser.
-Encarar-te é encarar uma ampulheta incessante. E eu já não sei julgar o tempo: se cruel pela espera ou generoso pelo presente...
- Pois disponha-te a ele! Há grãos exaustos, prestes a despencarem, em sua depressão conjunta; & há uma pilha crescente de amontoados rendidos, que se afundam e são encobertados por um sono inextinguível.
- E lanço-me aos braços de Morfeu? Seria meu deslumbro mero delírio e, estando no Sonhar, o nexo é desinteressante?
- Enlouqueças de tuas mil-e-uma maneiras, mas permaneças acordado. Não vais perder a hora, pois esta sim tem encontro marcado com teu deus do sono! Teu deslumbro é o meu & teu delírio é deliciosamente doce.
- Porém não existem ilusões amargas...
- E o amargo do agora, cito a contragosto, é sê-lo instante e não eterno. O eterno é sempre agora, mas o instante é sensível! Quantas são as cantigas de ninar a enamorá-lo desde que ele roubara a cena?!
- E eu, desperto demais para ouví-las, perco-me no caminho de volta para casa...
- Ou encontra-te! Que me tens aqui & te tenho aqui. Compomos o instante, que se desenrola...
- ... intenso! E já não tenho lembranças ou anseios, passado ou futuro.
- Contexto! Somos nós a completar-nos & contemplarmo-nos.
- Achados. Ou perdidos... Eu me encontro em cada esquina e me esvaio em pensamentos, preparo toda uma rotina e a mudo a cada momento, vivo na cisma de uma sina ou na dúvida de estar ao relento, incerto de olhar para cima ou da procura aqui dentro, o mundo que se imagina & o mundo com o qual me contento... Mas já não há distinções de realidades desde o verbo manifesto! A palavra proferida confere o trono. Quem nele se senta é denominado CAOS.
& ao Mestre, André Martins.
“Todos os passados ideais, todos os futuros que ainda não passaram, simplesmente obstruem nossa consciência da vívida presença total.”
- Aonde você esteve este tempo todo?
-Exatamente aonde eu devia estar. E agora me tens em sua frente, exatamente como tem de ser.
-Encarar-te é encarar uma ampulheta incessante. E eu já não sei julgar o tempo: se cruel pela espera ou generoso pelo presente...
- Pois disponha-te a ele! Há grãos exaustos, prestes a despencarem, em sua depressão conjunta; & há uma pilha crescente de amontoados rendidos, que se afundam e são encobertados por um sono inextinguível.
- E lanço-me aos braços de Morfeu? Seria meu deslumbro mero delírio e, estando no Sonhar, o nexo é desinteressante?
- Enlouqueças de tuas mil-e-uma maneiras, mas permaneças acordado. Não vais perder a hora, pois esta sim tem encontro marcado com teu deus do sono! Teu deslumbro é o meu & teu delírio é deliciosamente doce.
- Porém não existem ilusões amargas...
- E o amargo do agora, cito a contragosto, é sê-lo instante e não eterno. O eterno é sempre agora, mas o instante é sensível! Quantas são as cantigas de ninar a enamorá-lo desde que ele roubara a cena?!
- E eu, desperto demais para ouví-las, perco-me no caminho de volta para casa...
- Ou encontra-te! Que me tens aqui & te tenho aqui. Compomos o instante, que se desenrola...
- ... intenso! E já não tenho lembranças ou anseios, passado ou futuro.
- Contexto! Somos nós a completar-nos & contemplarmo-nos.
- Achados. Ou perdidos... Eu me encontro em cada esquina e me esvaio em pensamentos, preparo toda uma rotina e a mudo a cada momento, vivo na cisma de uma sina ou na dúvida de estar ao relento, incerto de olhar para cima ou da procura aqui dentro, o mundo que se imagina & o mundo com o qual me contento... Mas já não há distinções de realidades desde o verbo manifesto! A palavra proferida confere o trono. Quem nele se senta é denominado CAOS.
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