Indefinível
As nuvens casam-se sobre mim. Interpõem-se sem qualquer pudor e dão novas formas ao céu. Minha imaginação, dotada de asas, alcança o paraíso. E nessa altura meus olhos já foram tomados e encerram-se diante dos raios do sol que cobre minha face. O céu se desconstrói e eu me faço daltônico: as cores perdem suas individualidades e tornam-se ilimitadas. Tenho, então, o Todo ao meu dispor. As sombras, extintas, assim como as dúvidas, revelam-me o céu aberto, imponente em sua simplicidade. E o despertar faz-se segundos antes do abrir das pálpebras. E a meia constatação define o caos, indefinível: “ tempo estrano ” Pois nada é verdadeiro; e tudo é permitido.