Incompleta
Olhei para a estante procurando o lugar de colocá-la ao lado de tantas outras... Mas não! Essa não! Quis levá-la para dar uma volta, tomar um café, apresentá-la a alguns amigos em uma quinta, nesses nossos encontros nada casuais, mas ainda assim divertidos.
Quis levá-la para sentir a chuva. Tive medo de borrar, manchar, desmanchar, mas chuva que se preza não respinga, só cai.
Contei-lhe sobre os livros que estava lendo, contei sobre os livros que estava escrevendo – e então ela me contou sobre os ciúmes, coisa que (eu) não imaginava. Mas continuei a conversa, assim, como quem deixa as indiretas escaparem. Não é que eu tinha medo de uma discussão – ela viria a qualquer hora –, mas é que não cabiam justificativas minhas, não cabiam pedidos de desculpa e nem promessas. Quero dizer, eu juraria amor eterno, mas não em um monólogo sem sal. Por que, veja bem, quem vê de fora suporta um homem falando sozinho sobre suas criações, apresentando-as às obras que lhe encantam e ensaiando discursos para o público, mas vai que abrem a porta e me vêm de joelhos pedindo-lhe a mão?
E mais, predileta, mas incompleta: ainda te escrevo e permaneces sem nome. Pois não o mereces.
Quis levá-la para sentir a chuva. Tive medo de borrar, manchar, desmanchar, mas chuva que se preza não respinga, só cai.
Contei-lhe sobre os livros que estava lendo, contei sobre os livros que estava escrevendo – e então ela me contou sobre os ciúmes, coisa que (eu) não imaginava. Mas continuei a conversa, assim, como quem deixa as indiretas escaparem. Não é que eu tinha medo de uma discussão – ela viria a qualquer hora –, mas é que não cabiam justificativas minhas, não cabiam pedidos de desculpa e nem promessas. Quero dizer, eu juraria amor eterno, mas não em um monólogo sem sal. Por que, veja bem, quem vê de fora suporta um homem falando sozinho sobre suas criações, apresentando-as às obras que lhe encantam e ensaiando discursos para o público, mas vai que abrem a porta e me vêm de joelhos pedindo-lhe a mão?
E mais, predileta, mas incompleta: ainda te escrevo e permaneces sem nome. Pois não o mereces.
Começando pela beleza de "nao haver lugar comum" para ela...passando pela beleza suave "do medo dela apagar-se com a chuva" de tao sublime que "ela" deve ser!!!
ResponderExcluirProsseguindo pela "paixao" do ciume de dividi-lo com ele mesmo: com sua leitura que o leva pra dentro de sim...podendo ele querer nao voltar!!
Terminando pela "leveza pueril" de ve-lo dos dois lados_as avessas!
Lindissimo texto Nuts! Parabens!
você já perdeu um livro?
ResponderExcluiraliás, belíssimo, belíssimo texto. bravo.
ResponderExcluirPerder um livro... não, acho que não! por que?!
ResponderExcluirLaura, é a comu do Orkut, onde perdemos um livro para alguem encontrar???
ResponderExcluirSe for, fica a pergunta para vc e o Nuts: Já perderam um livro? Onde?
Abração nos dois! =)