Sumidouro

Foi.
Eu não sei bem pra onde. Sem tempo, nem me despedi. O relógio parado, mas os ponteiros sempre em movimento. E me hipnotizam, e eu perco a hora, esqueço de despedir. Os olhos não fazem companhia à água que se vai no sumidouro - quem dirá ao barco. Esqueço até do último beijo, deixo passar, assim, distraído!

Marinheiro no cais, largado pra trás. A mão hasteada é a nova flâmula que dança pedindo atenção. Os olhos acompanham a água que por eles desce. No meio dos rios deste corpo, um dia cada gotinha desaguará no oceano sob seus pés e levará em líquido as palavras que não saíram pela boca. Gota por gota aumentando o rastro que deixa o meu barquinho de papel à caminho da valeta: rastro de tinta, tinta de uma carta de despedida. E despedida, ah! despedida que se faz dolorosa!
Tudo indo ralo abaixo.

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