Em trechos particulares
Sinto como se
tivesse vivido uma eternidade, e agora, parto para a segunda. Mil anos de
solidão preenchidos por histórias de amor inventadas e a verdade é que essas
minhas personagens nunca conseguiram se realizar.
Alguma
dificuldade para respirar, quiçá por este coração que ocupa todo o peito. Tenho
medo de ser perpétuo. E é este o motivo do meu pedido por perdão, afinal, como
posso escolher se minhas escolhas são tão definitivas? Se a cada passo que
marca este solo milhões de nomes me vêm à mente. E logo todos morrem, cada um
em seu devido tempo, porém eu.
Continuam as
lembranças de cada passado individual.
Porque eu
nunca me fiz tornar real? Porque eu inventei tantos sentimentos com nomes
diferentes e nomeei cada noite que passei acordado se delas eu queria me
esquecer?
Faz muito
tempo que estou fechado para visitas e não há chave extra escondida em lugar
algum. Não há quem possa, venha, me acordar enquanto me atraso para a vida. Um
universo ilimitado, mas extremamente só. Individual em cada mínimo detalhe e
cheio de vida, mas de pessoas feitas de palavras.
Acabo me
perdendo na multidão. Cada momento são
frases e frases, compostas de palavras convenientes e convincentes, costuradas
em linhas coesas que dão um tricô belo de se ver.
Visto este
novo robe: só as roupas que me agradam quando ocupo-me de meu hobby.
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