Um bilhetinho
"A sorte lhe faltou ao ter sido moldado com tanta inconstância”.
Foi um lembrete da noite anterior, fruto da insônia que reduzia minhas opções. E uma hora nosso corpo desaba sem que sequer nos demos conta e é geralmente quando se diagnostica o estado crítico. Quando acordamos a amnésia já tinha nos envolvido novamente e tudo o que sobrou foi o saldo com nosso corpo, que já era negativo e agora passava a ser insuportável.
Álcool demais, distrações involuntárias como conseqüência das noites mal dormidas, músculos atrofiados, falta de higiene e refeições desequilibradas. E tudo resultava na falta de ânimo para as coisas novas e o sincero desejo pela nossa cama e a eterna solidão do sono. Transitamos entre o sonhar e a vigília sem saber exatamente onde nos encontramos. E, indiferentes, nem esperamos a visita do extraordinário, já que nunca nos lembramos de nossos sonhos.
Acordamos cada dia um e por isso insistimos para que os verbos sejam plurais. Pois múltiplos, sentamos sempre na mesma cadeira a realizar sempre as mesmas tarefas numa rotina que não nos comporta, por sermos demasiadamente um. Excedemos o limite de um corpo e transbordamos nas atividades diárias e, derramados, sentimo-nos desperdiçados e, ainda assim, impotentes perante os demais. Somos ideias, e sentimentos, e planos, e atos, e não queremos ser contidos. Necessitamos ser controversos, paradoxos rumando à genialidade e desmistificando extremos, provando que a alinearidade se comporta e se complementa de uma forma intrigante. Queríamos solucionarmo-nos, mas não há espaço para isso.
Em decorrência das circunstâncias, nosso expurgo caprichoso. E nessa sublimação, acabamos por deteriorar constantemente o corpo que habitamos. Talvez dessa forma até faça mais sentido nossa existência múltipla, mas de fato não é tão confortável como parece.
Em desvairos esquizofrênicos caminhamos pela casa, de cômodo a cômodo, conversando em voz alta. Eis que, nesses dias passados, nos deparamos com um um bilhetinho no chão:
“A sorte lhe faltou ao ter sido moldado com tanta inconstância”
E no verso:
"Ou não."
Foi um lembrete da noite anterior, fruto da insônia que reduzia minhas opções. E uma hora nosso corpo desaba sem que sequer nos demos conta e é geralmente quando se diagnostica o estado crítico. Quando acordamos a amnésia já tinha nos envolvido novamente e tudo o que sobrou foi o saldo com nosso corpo, que já era negativo e agora passava a ser insuportável.
Álcool demais, distrações involuntárias como conseqüência das noites mal dormidas, músculos atrofiados, falta de higiene e refeições desequilibradas. E tudo resultava na falta de ânimo para as coisas novas e o sincero desejo pela nossa cama e a eterna solidão do sono. Transitamos entre o sonhar e a vigília sem saber exatamente onde nos encontramos. E, indiferentes, nem esperamos a visita do extraordinário, já que nunca nos lembramos de nossos sonhos.
Acordamos cada dia um e por isso insistimos para que os verbos sejam plurais. Pois múltiplos, sentamos sempre na mesma cadeira a realizar sempre as mesmas tarefas numa rotina que não nos comporta, por sermos demasiadamente um. Excedemos o limite de um corpo e transbordamos nas atividades diárias e, derramados, sentimo-nos desperdiçados e, ainda assim, impotentes perante os demais. Somos ideias, e sentimentos, e planos, e atos, e não queremos ser contidos. Necessitamos ser controversos, paradoxos rumando à genialidade e desmistificando extremos, provando que a alinearidade se comporta e se complementa de uma forma intrigante. Queríamos solucionarmo-nos, mas não há espaço para isso.
Em decorrência das circunstâncias, nosso expurgo caprichoso. E nessa sublimação, acabamos por deteriorar constantemente o corpo que habitamos. Talvez dessa forma até faça mais sentido nossa existência múltipla, mas de fato não é tão confortável como parece.
Em desvairos esquizofrênicos caminhamos pela casa, de cômodo a cômodo, conversando em voz alta. Eis que, nesses dias passados, nos deparamos com um um bilhetinho no chão:
“A sorte lhe faltou ao ter sido moldado com tanta inconstância”
E no verso:
"Ou não."
Nú, e o tanto que eu achei foda !
ResponderExcluirtô gostando de passar sempre por aqui. (:
noites mal dormidas, higiene precária e amnésia alcoólica.. tudo isso me soa familiar...
ResponderExcluircurti o texto... mas deixo aqui o meu protesto: vc não pode brincar de punk, já te saquei.
aqui, faz um texto inspirado em misfits? aposto que vai ficar legal
beijinhos nas nádegas
Atualizado :)
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