Sempre que eu preciso interagir com pessoas extremamente distoantes do meu contexto ético, cultural ou social eu me coloco numa postura indagadora a respeito do porquê de aquela relação estar se estabelecendo assim, o que aquela pessoa representa dentro do meu universo particular. Eu aprendi certa vez com "João São João" - no diário místico do Crowley - a "interpretar todo fenômeno como um trato particular entre Deus e minha alma"; aprendi que o microcosmo conversa em entrelinhas, que nada neste mundo é vão. Tudo é sagrado, já diziam. Mas entre dizer e viver há tanto, tanto, que pode-se chamar de O Abismo. Bem, às vezes essas encruzilhadas com os outros nos conduzem a Paraísos Perdidos, Shambhala, Eldorado, vislumbres! monumentos erigem-se num diálogo rápido. Outras tantas vezes estas topadas são apenas marcos nos caminhos, algo para nos situar onde estivemos, com quem estivemos, o quanto andamos mais para a direita ou para a esquerda. É parte do caminho contemplar