O grosseiro não precisa de estímulos, porquanto sequer sabe discernir o sutil do espesso. O óbvio guia-se pela quantidade: fartos flertes e alarde. Ante o jugo estreito todo ganho é pompa, assim o desperdício acompanha o exagero desde sempre. Também por isso a elegância sóbria não foge ao tédio. Há requinte no desejo do perito, e é quase um fetiche entregar-nos a quem nos sabe apreciar, mas qual homem alcança a Vitória quando almeja com vaidade? A volúpia viola a virtude tal Vênus devassada. Não se versa, entretanto, em contemplações sem herdar as insatisfações da arte: mirra o belo em apreciações inertes. Palavra é pouca poesia. O silêncio é afrodisíaco.