Prantos que enxem-lhe mais do que uma taça
aviso aos navegantes Homens que se lançam ao desconhecido em busca da bem-aventurança. Encerrados num universo azul, às vezes na distância de um monóculo, surgem-lhes propósitos que em terra firme nunca lhe ocorreram. Há a quem uma dose de insegurança caia como a água gelada do despertar. O tesouro especulado é uma faca de dois gumes: se existe, traz fartura; mas também a ganância. Se o alarde é vão, a desilusão. Mas há aquele que, enfim, se enxergue absurdo, distante de si, bem mais do que do último porto que vira. Piratas urbanos que confundem-se e afundam-se em conceitos. Não reconhecem-se pelos trajes, mas ainda buscam tesouros escondidos, num mundo agora não mais tão azul. O desejo de plenitude, e posterior, transbordar, e encher oceanos, e não ser enxugado! Compor sete mares em uma vida. Calma lá. Calma, que é o contrário desta pressa, desespero, violência. Hoje em dia atropela-se as frases, os pedestres, a educação. Diálogos viram monólogos; palavras, onomatopeias.