tempo estraño

Munido de máscara, capa e cordão, Exploro outras paragens do velho continente Guiando os passos pelo coração.  De alguma forma tudo isso faz sentido De alguma forma ainda não é meu lugar Mas tudo isso não compõe uma bela paisagem?

Acho que o meu interlocutor é a pessoa que já experimentou muita coisa nessa vida e está em busca de refinamento, e não de ampliação de suas vivências. Eu não estou interessado em me comunicar com curiosos, mas sim com buscadores. Eu não tenho muita pretensão de ensinar algo novo ou do zero. Pelo contrário, minha intenção é auxiliar a obtenção de novas perspectivas acerca daquilo que o indivíduo já conhece - ou pensa conhecer.  Minha heterodoxia é o que fundamenta o trabalho. Não como sinônimo de subversão, mas como recuso de aprimoramento. Daquilo que se soma à tradição, que a continua, que expande as possibilidades já consagradas.  Meu propósito não é iconoclasta, mas justamente a honra da ancestralidade. 

O caminho que se revela ao caminhar é a trajetória da consagração dos próprios passos. Mas aquele que anda cambaleante & perambula incerto não deixa rastros.  Sua presença esmaecida sequer marca o solo, ainda que se arraste pela vida…  É preciso o peso da determinação para que a terra reconheça os pés; para que haja fundação & firmeza & assentamento.  Mais do que barro moldando os dedos, o peito inflamado que norteia & direciona. Devoção telúrica: honrar o caminho, o caminhar & o caminhante rumo ao destino. 

Algumas pessoas têm más experiências amorosas, outras têm traumas familiares. O meu problema é com as amizades.  Não me sinto preparado para abrir a minha vida novamente para quem quer que seja. Acho que o meu círculo íntimo está fechado, não tem espaço para novos curiosos.