Confesso que ando displicente com a escrita… Não com as anotações, que são diárias e já fazem parte da rotina. Nem com os meus roteiros de produções audiovisuais, pois também têm um tempo próprio e um público com o qual estou comprometido. Mas eu estou em falta com essa escrita para mim, sabe? Que está desamarrada de todo e qualquer objetivo, senão o de me expressar livremente. Que não leva em conta o leitor, nem suas opiniões ou sua existência. Essa escrita que por tanto tempo fundamentou a minha alma e que hoje apenas complementa o que o silêncio me supre. As linhas, em geral, continuam sendo preciosas. Sintetizo num texto bonito, com as marcas da minha poética, tudo aquilo que me inspira e que ressoa comigo, para também ficar marcado nesse diário íntimo - que não é nem diário, e nem tão íntimo assim. Esse espaço, portanto, ainda é um templo que me acolhe e que me inspira. E eu vou continuar voltando aqui, descrevendo o encanto-às-vezes-fugidio do cotidiano. Eu sei carregar as mi