Templo Escrito

Confesso que ando displicente com a escrita…
Não com as anotações, que são diárias e já fazem parte da rotina. Nem com os meus roteiros de produções audiovisuais, pois também têm um tempo próprio e um público com o qual estou comprometido. 
Mas eu estou em falta com essa escrita para mim, sabe? Que está desamarrada de todo e qualquer objetivo, senão o de me expressar livremente. Que não leva em conta o leitor, nem suas opiniões ou sua existência. Essa escrita que por tanto tempo fundamentou a minha alma e que hoje apenas complementa o que o silêncio me supre. 
As linhas, em geral, continuam sendo preciosas. Sintetizo  num texto bonito, com as marcas da minha poética, tudo aquilo que me inspira e que ressoa comigo, para também ficar marcado nesse diário íntimo - que não é nem diário, e nem tão íntimo assim. 
Esse espaço, portanto, ainda é um templo que me acolhe e que me inspira. E eu vou continuar voltando aqui, descrevendo o encanto-às-vezes-fugidio do cotidiano. Eu sei carregar as minhas palavras de uma potência que me transportam para outras cenas em dimensões muito particulares. É por isso que eu não ligo para quem quer que me leia, e é por isso que é importante para mim continuar com esse hábito. Eu só…
Bem, eu só tenho tido muitos afazeres. Eu gosto de vir aqui para estar presente, e isso demanda certo tempo e um estado de espírito que nem sempre estão disponíveis. 
É isso: mais uma vez justificando para mim mesmo as implicações dos vários compromissos que eu assumo. E, para mim, isso é perfeitamente saudável. Acho que as pessoas perdem muito da vida se não souberem negociar consigo mesmas. 
E eu deixo por escrito, para não ter erro!

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