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Mostrando postagens de dezembro, 2011

OroborO

"Meu fim é meu começo" Constatou, ainda que tardio E, de encontro ao vazio, Fez jús ao ser avesso. * Ascensão por equivalência. Depôs a ingenuidade Depois, ao si covarde, E entregou-se à impermanência. * Fez-se ciclo que não cessa No Ir-e-vir imensurável No instante, o instável! Tomou o Caos como promessa. * Os opostos em comunhão, O acaso afogado na areia. O Todo é teia. Ampulheta: delicada transição. * Os nós frouxos e a corda partida Apossara-se do leme com firmeza Agora era-se a correnteza E apenas o contemplar da âncora ida. * Em posse da guia de oito apoios Soube-se breve, mas pertinente E, como ele, tantos outros dirigentes Mas, além do trigo; em terra, o joio. * Convicções contrariadas no desvelar: Quanta ingenuidade! Pois toda aquela emancipação, por ansiedade! Afinal, o Uno é par. * A serpente exalta: tudo tem preço! Mesmo a cura, provém do veneno. E, depois do susto, constata sereno:

Prelúdio: de mãos livres.

Antes de encerrar-me, disponho-me em linhas livres. Ainda consciente do ciclo sem brechas, o retomar constante: nunca houve início ou fim; coloco aqui uma pausa forçada. Retrocessos, esclarecimentos posteriores, monólogos internos ( e agora expostos), em uma pretensão de serem marcados por um relógio estático. Não! Tudo continua em seu eixo: do caminho às cinzas, à reconstituição inesgotável em cada simples processo; fluxo individual que compõe o todo. Mas esta é a vontade manifesta. É o que se diferencia de quem se deixa aguar ou quem vá se frustrar. Aqui & Agora é em que me torno: pleno. --- O tempo, enfim, justificou-se em estrañeza quando pude concebê-lo como a- linear. Confesso o quanto de energia toma-me o ato de "ver" o TODO assim, mas a questão é enxergar a ONIPRESENÇA do tempo. Ainda que seja uma tarefa delicada: à toda sincronia, uma causa & à todo acaso, uma morte! com o tempo explanado, o estraño , então, talvez morre. Ou, talvez, o estraño já tenha se

Ouro de Tolo

A mesa de cacife alto exige movimentos cautelosos: pertinência no agir .

Ensopado

As gotas correm por um rosto deformado que sustenta, no entanto, os mesmos belos traços de sempre. Desleal: que lhe falta um sorriso nesta face ensopada pela chuva persistente e sobra-lhe alguns pensamentos pendentes, vestígios de sua intensidade voluntária. Ela ficara marcada em seu semblante. E com o vidro do ônibus de volta embaçado, a ausência da coragem em imprimir-lhe algum desenho, alguma frase. Deixara de ser impetuoso: pensava em quão definitivas seriam aquelas palavras contidas, o receio de encarar-se em versos curtos que lhe refletissem a indecisão. Mais: sua impotência perante o destino. E a despedida que se fez ligeira. Que se fez insuficiente, que resultou nestas palavras. Mas, querida, ao contrário de tantos outros aos quais eu deixei subentendido o mundo em versos, idênticos a estes!, à você a necessidade de ser explícito. Tanto, que me marcas diretamente no rosto, em olhos pequenos e distantes, pensativos numa solidão conveniente. Tens, então, longe daqui, destas linha