tempo estraño

Filhos não são um investimento. O retorno que eles dão não é no futuro e nada tem haver com te recompensar pelo cuidado ou fazer por você o que você fez por eles.  O retorno é a própria experiência de criá-los. De cuidar deles, de planejar um futuro em conjunto, de mediar as suas escolhas a partir da presença deles. O retorno é poder expressar seu afeto, desenvolver ainda mais o seu amor e entender novos ápices de sentimentos, alguns até então inéditos. Estabelecer novas relações, cunhar novas referências, definir novos objetivos e conduzir sua vida a partir de aprendizados que são feitos a partir da escolha de viver junto a esse novo ser que veio ao mundo.  Portanto, se é um investimento, só o é na medida em que todos os nossos atos também o são. Eles não nos devem nada. E nós também devemos muito pouco para eles. Aí que está a graça: fazer tudo o que podemos e mais um pouco, por amor. 

Quando a gente fala de desenvolvimento de compaixão e do amor incondicional é necessário falar sobre estabelecer limites e delinear quem somos.  É fácil se deixar levar pelo fluxo e assumir uma postura de doação absoluta que pode ser interpretada como generosidade, mas que pode muito bem prejudicar a individualidade do sujeito e a sua experiência humana.  A compaixão e a bondade amorosa devem ser um instrumento de desenvolvimento do ser e não um escapismo psíquico.  É por isso que no caminho iniciático é valorizado o desenvolvimento do poder pessoal e a conexão do indivíduo com a sua missão na terra. Trabalha-se também nessa polaridade Telúrica, e não apenas com energias Cósmicas. Isso porquê alguém que está aterrado e alinhado consigo não deixa que esse impulso caritativo atrapalhe sua obra, justamente por entender que o bem maior que se pode fazer por esse plano é concluir aquilo ao que se propôs.  Firmeza de propósito é compaixão. Isso, sim, é poder pessoal.

A vida, sob a perspectiva da morte É uma espera ou uma preparação?

Tão límpido que os seus olhos enxergam o que você quer  em mim