tempo estraño

O estudo dos Anjos é também o estudo das virtudes humanas e supra-humanas. Isso quer dizer que o trabalho que é feito conosco é, necessariamente, um trabalho de aprimoramento do potencial interno do indivíduo, mesmo que esse não seja o seu objetivo imediato. O interessado em se beneficiar desse sistema deve ter claro para si que a exploração de suas qualidades se dá na expressão de si e na troca com o mundo, portanto este não é um trabalho solitário e isolado, está intimamente ligado ao corpo social ao qual o indivíduo integra. E, com o desenvolvimento deste trabalho, esse corpo social também muda - novas pessoas chegam, outras vão, e os interesses se refinam. Assim, a busca por uma maneira mais virtuosa de se viver vai se tornar um caminho central, e é o que conduz ao supra-humano. Portanto, embora esse sistema esteja esteja disponível para todos, sua eficiência será proporcional ao trabalho interno de cada um, já que essas virtudes consolidados são as bases para a manifest

O rompimento da roda de encarnações confere estabilidade ao indivíduo. Essa é a primeira ascensão. A partir daí ele tem a possibilidade de explorar seus erros do passado e cada uma das suas relações em cada uma de suas passagens - e interlúdios - e depura-las, transmutando o produto desses encontros e retificando a sua imagem na eternidade.  O indivíduo que já passou pela sua primeira ascensão, portanto, não está limitado pelo tempo e pelo espaço e retifica sua presença na própria história, sem que com isso tenha de usar um corpo de carne, como já o fez tantas vezes.  Quando nos referimos à primeira ascensão, aludimos ao fato de que existem outras gradações até a completude e, então, dissolução no Infinito. Esse não é o nosso assunto agora. Basta que entendamos que estados de existência diversos propiciam possibilidades supra-humanas, muitas vezes estranhas ou inconcebíveis.  Que enxerguem aqueles que têm olhos para ler. 

Quando estudamos a prática da viagem astral na parte V do Liber O vel Manus et Sagittae muito pouco nos é dito acerca do Corpo de Luz. As instruções são sim suficientes para o estudante executar o ritual, mas o entendimento dos conceitos implícitos na prática só vai se dar conforme ele faz as suas experimentações e reflete sobre as sensações e imagens decorrentes da experiência. Assim, o entendimento do que é o Corpo de Luz é uma consequência da prática, e não é essencial para a sua execução. Por outro lado, o estudante pode achar muito mais fácil empreender tal atividade se ele conseguir formular intelectualmente os conceitos envolvidos e isso fizer sentido para ele.  Muitas outras publicações tratam desse tema, às vezes de forma superficial, outras vezes de maneira muito técnica e enfadonha, e outras tantas vezes com um viés muito específico e um vocabulário inapreensível e dispensável. Nesses casos a abundância de informações, muitas vezes até contraditórias, acaba por af

Às vezes a gente tem medo de não estar vivendo mas que bom! -  mostra que realmente valorizamos  a vida.  É preciso ter em conta que o viver se dá quando estamos conscientes de nós mesmos. Talvez alguns argumentem que ao temermos não estar vivendo, de fato não estamos, justamente por estarmos a pensar no viver e não, de fato, vivendo. Mas isso é uma tolice: havemos de compreender nossas ambições e acolher os nossos medos. Se é justamente a presença da morte aquilo que nos proposita a vida bem vivida, a insegurança ante o desperdício pode ser fértil para multiplicar as perspectivas do que seria o bom- viver .  E se há uma resposta para cada pessoa, há também uma constante que nos confere o parâmetro: a arte de viver te faz sentir vivo. É óbvio e parece redundante, mas não é. O bom- viver não se dá em comparação com os outros ou em circunstâncias específicas, mas ressoa em nós mesmos e na profundidade do nosso ser. E seria tão intenso mesmo que não tivéssemos nos formado em quem nós